Alexandre Rocha
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São Paulo – O Brasil exportou 947 mil sacas de café para os países árabes em 2007, um aumento de 15,7% sobre as 818 mil sacas de 60 quilos embarcadas em 2006. Considerando-se o preço médio de US$ 137,70 a saca, praticado no ano passado, as receitas das vendas para a região chegaram a US$ 130,4 milhões, 60% a mais do que os US$ 81,4 milhões do ano anterior. Os dados são do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), divulgados ontem (09), e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O crescimento das vendas ao mercado árabe foi superior ao das exportações gerais de café brasileiro. Segundo o Cecafé, o país embarcou pouco mais de 28 milhões de sacas em 2007, um aumento de 2,4% sobre 2006. As receitas obtidas ficaram em US$ 3,9 bilhões, 17% a mais do que no ano anterior. De acordo com o diretor-geral do Cecafé, Guilherme Braga, as receitas aumentam mais do que a quantidade porque o preço café tem crescido de forma gradual desde 2002, após um período de forte queda. “Hoje temos um bom nível de oferta e demanda e os preços estão voltando aos patamares considerados normais”, disse.
Segundo Braga, os exportadores brasileiros têm uma participação tradicional no mundo árabe e ocupam uma posição majoritária no mercado. Ele acrescentou que a quantidade importada pelos árabes deve ser até maior, já que algumas vendas são realizadas por empresas européias e acabam não entrando nas estatísticas das exportações para a região.
“É um mercado importante, do maior interesse, onde há uma situação de fidelidade”, disse o executivo. Para Braga, o crescimento das vendas ao mundo árabe pode ser explicado pelo aumento da demanda mais do que pela ampliação das importações diretas do Brasil, já que a fatia explorada por intermediários europeus é pequena. “Já há um canal de comércio formado entre o Brasil e a região”, acrescentou.
A Síria e o Líbano foram os dois países árabes que, de longe, mais compraram café brasileiro em 2007, respectivamente 352,6 mil sacas e 301,2 mil sacas. Depois aparecem Jordânia (83 mil sacas), Tunísia (66,7 mil), Emirados Árabes Unidos (37 mil), Egito (30,7 mil), Argélia (30,4 mil), Arábia Saudita (29 mil), Marrocos (8 mil), Líbia (5,7 mil), Omã (1,3 mil) e Kuwait (960).
No mundo, os principais compradores foram Alemanha, Estados Unidos, Itália, Japão, Bélgica, Eslovênia, França, Espanha, Holanda e Suécia.
Para 2008, o setor espera uma pequena redução das exportações, uma vez que a colheita do primeiro semestre deverá ser pequena, com a retomada da produção aos níveis considerados normais no segundo semestre. Segundo Braga, o Brasil deve exportar este ano algo em torno de 27 milhões de sacas.

