São Paulo – O ano-safra 2019/2020 de café, que foi de julho de 2019 a junho de 2020, se encerrou com queda no volume embarcado aos países árabes. Foram 1,68 milhão de sacas de 60 kg comercializadas neste período, um volume 17% menor do que no ano-safra anterior. Os dados são do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e foram divulgados nesta segunda-feira (13). A venda às nações árabes gerou receita cambial de US$ 188 milhões. O valor também caiu, desta vez frente aos US$ 247 milhões acumulados no ano-safra passado.
Questionado pela ANBA se a queda tem ligação com a pandemia de coronavírus, o Cecafé informou que, embora a cadeia produtiva esteja trabalhando com desafio de novas normas, o movimento de queda não foi visto nos embarques totais. “Apesar do Brasil ter registrado uma queda com a exportação de café para os países árabes este ano em comparação com o mesmo período do ano passado, as exportações de café do Brasil, de modo geral, seguem o ritmo normal de embarques, oferecendo um produto com muita qualidade, eficiência e sustentabilidade”, informou a entidade, em nota.
No total, o Brasil exportou 40 milhões de sacas de café, somando as exportações de café verde, solúvel e torrado & moído. O volume representa o segundo recorde histórico de exportações brasileiras de café para o mundo. O destaque foi o crescimento de 22,7% nas exportações de café da variedade robusta, na comparação com o ano-safra 2018/2019.
A receita cambial foi de US$ 5,1 bilhões. Já o preço médio foi de US$ 128,04. Entre as variedades embarcadas no período, o café arábica representou 78,8% das exportações; o robusta (conilon), 11,1%; e o solúvel, 10%.
Só no mês de junho deste ano, o Brasil exportou 2,8 milhões de sacas de café, com receita cambial de US$ 327,5 milhões. Já no acumulado do ano civil, de janeiro a junho de 2020, o Brasil exportou 19,6 milhões de sacas de café. Nesse comparativo, também foi registrado o segundo recorde histórico para o período. A receita cambial gerada no período foi de US$ 2,6 bilhões.
Cafés Diferenciados
O Brasil exportou neste ano-safra 6,8 milhões de sacas de cafés diferenciados, considerados de melhor qualidade. O volume representa 17% de participação no total embarcado e o Cecafé espera elevar a exportação deste tipo de produto. “O Brasil vem melhorando muito a qualidade do produto nos últimos 20 anos, ampliando assim a possibilidade para atender a demanda e as preferências dos países parceiros que consomem o nosso café, inclusive os países árabes”, disse em nota.
Embora as nações árabes ainda não apareçam entre os principais compradores de grãos diferenciados, a entidade espera que esse seja o futuro das compras. “Produzimos um tipo de café que permanece sendo muito bem apreciado, especificamente pelo consumidor árabe, e nossa perspectiva é seguir com o mesmo ritmo e desempenho com os países parceiros, oferecendo um café de qualidade, com sustentabilidade e que atende muito bem a demanda do mercado árabe”, concluiu o Cecafé, em texto enviado por e-mail.