São Paulo – As exportações brasileiras de carne bovina renderam US$ 533,2 milhões em setembro, um recorde mensal. O valor é 52% superior à receita de setembro de 2007. “É um recorde histórico de crescimento mensal. Superamos o mês de setembro do ano passado em tonelagem e faturamento”, disse hoje (02), em São Paulo, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Giannetti da Fonseca. Em volume, os embarques aumentaram de 191,6 mil toneladas, em setembro de 2007, para 195,3 mil toneladas no mês passado.
No acumulado do ano, as exportações de carne somaram US$ 3,91 bilhões, resultado 22% maior do que o dos primeiros nove meses de 2007, que foi de US$ 3,2 bilhões. O volume exportado, no entanto, registrou queda de 16% na mesma comparação, de 1,22 milhão de toneladas para 1,02 milhão de toneladas. “Mesmo diminuindo a tonelagem, os bons preços garantiram esse crescimento de 22%”, disse Fonseca.
Segundo o presidente da Abiec, o aumento no volume em setembro é atribuído ao crescimento no número de fazendas habilitadas a exportar para União Européia (UE). Além disso, o executivo ressalta que outros países consumidores do produto brasileiro estão ampliando a demanda nos últimos meses do ano. "O Chile, que já foi o terceiro maior cliente brasileiro, deve voltar a importar do Brasil, já que a missão técnica daquele país irá vistoriar nossos frigoríficos a partir da segunda quinzena de outubro", acrescentou.
A entidade estima que as exportações brasileiras cheguem a US$ 5,2 bilhões até o final de 2008 e, bastante otimista, vai além, e divulga expectativa de faturar US$ 15 bilhões com exportações de carne em 2013. “Essa meta é baseada em fatos. A produção pode aumentar se aumentarmos a produtividade, sem necessidade de aumentar rebanho e, principalmente, se diminuirmos o abate informal clandestino, que hoje representa entre 30% e 40% do total de cabeças abatidas no país”, afirmou. “O nosso crescimento será baseado em aumento de produtividade, volume, manutenção dos mercados emergente e conquista de novos importadores”, acrescentou.
Na opinião de Fonseca, a crise mundial favorece o Brasil nessa área, porque a Europa terá problemas com a produção e vai precisar importar mais. “Se a crise for mais aguda, vai cair o consumo na Europa e Estados Unidos. A crise vai prejudicar a produção local e irá obrigá-los a importar mais, o que pode abrir espaço para o Brasil”, completou.

