São Paulo – As exportações de carne de frango deverão crescer de 3% a 4% em 2015 em relação a este ano, segundo projeção da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Na avaliação da entidade, o avanço será impulsionado pela abertura de novos mercados e a expansão das vendas em destinos importantes para os exportadores brasileiros, como os países do Oriente Médio.
Nesta terça-feira (09), a ABPA promoveu entrevista coletiva e apresentou as expectativas do setor para o fechamento de 2014 e suas previsões para 2015. Para a associação, o País deverá encerrar este ano com volume de exportações de 4 milhões de toneladas de carne de frango e receita de US$ 8,09 bilhões. No total, as exportações da avicultura deverão somar US$ 8,6 bilhões, incluídos ovos e outras aves.
Até novembro, as vendas acumulavam alta de 2,4% sobre o período de janeiro a novembro de 2013, mas as receitas recuaram 1% na mesma comparação. A produção nacional deverá crescer no mesmo ritmo das exportações no próximo ano, de 3% a 4%. Em 2014, a expectativa é encerrar o ano com 12,6 milhões de toneladas de carne de frango produzidas.
O presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, afirmou que, apesar de a economia brasileira enfrentar dificuldades, 2014 foi um ano positivo para o País no setor. Ele observou que o Brasil ampliou as exportações e poderá chegar a outros destinos no próximo ano, como Camboja e Taiwan.
O Oriente Médio continua a ser o principal comprador de carne de frango do Brasil, respondendo por 34% do total das exportações. Entre os dez maiores compradores de frango do Brasil, três são países árabes. O ranking é liderado pela Arábia Saudita e tem os Emirados Árabes Unidos na 5ª colocação e o Kuwait em 10º lugar. As vendas para a África correspondem a 13% do total.
Em novembro, a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, inaugurou sua primeira fábrica no Oriente Médio, na zona industrial de Kizad, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. A unidade irá processar carne de frango brasileira e distribuir para os países da região.
“A BRF aproveitou a presença da marca Sadia no Oriente Médio, que já era forte e consolidada, e agora vai processar carne produzida aqui. Com certeza, os volumes [exportados] serão crescentes. A matriz será brasileira, mas eles certamente irão incorporar o ‘DNA’ local ao produto”, disse Turra.
O presidente-executivo da ABPA afirmou que a relação do Brasil com os países árabes no setor de avicultura é cada vez melhor e mais próxima. “Nunca houve ameaça daquela região. O Brasil se fidelizou como nunca lá”, disse.
O vice-presidente para o grupo de Aves da ABPA, Ricardo Santin, afirmou que o mercado internacional de carne de frango deverá crescer nos próximos anos em todo o mundo. “A tendência mundial é de crescimento no consumo de carnes nos próximos anos, com expectativas maiores para as carnes de peixe e de frango”, afirmou o executivo. A ABPA representa os setores de aves e suínos.


