Alexandre Rocha
São Paulo – As exportações do agronegócio brasileiro para os países árabes renderam US$ 615,5 milhões no primeiro bimestre deste ano, um aumento de 38,73% sobre o mesmo período do ano passado. O crescimento foi superior ao dos embarques totais do setor, que foi de 25,5%. No total, o Brasil exportou US$ 7,3 bilhões em produtos agropecuários nos dois primeiros meses do ano. Os dados são do Ministério da Agricultura.
"A parceria entre o agronegócio brasileiro e o mercado árabe se consolida cada vez mais", disse o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antonio Sarkis Jr. "Isto é bom para os exportadores brasileiros, quem têm nos árabes um cliente fiel, e para os árabes, que têm no Brasil um fornecedor confiável e de qualidade", acrescentou.
Os principais produtos embarcados para a região foram, nesta ordem, carnes, açúcar, café, produtos florestais, animais vivos, fumo, lácteos, fibras e produtos têxteis, couros e derivados e outros produtos de origem animal. Os embarques que mais cresceram, no entanto, foram os de lácteos (302%), fumo (210%), café (186%), bebidas (180%), hortaliças, leguminosas, raízes e tubérculos (151%), chás e especiarias (114%), açúcar (66%), animais vivos (57%), sucos de frutas (55%) e outros produtos de origem vegetal (53%).
Os maiores destinos foram Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Síria, Argélia, Líbano, Marrocos, Iraque, Tunísia e Kuwait. Os maiores aumentos foram registrados nas exportações para a Mauritânia (15 vezes, para US$ 15,5 milhões), Líbia (5 vezes, US$ 18 milhões), Síria (371%, para US$ 43,7 milhões), Tunísia (US$ 25,4 milhões, 333% a mais), Dijibuti (332%, para US$ 234 mil), Argélia (311%, para US$ 41 milhões), Iêmen (US$ 21,3 milhões, ou 156% a mais), Jordânia (143%, para US$ 13 milhões), Bahrein (US$ 6 milhões, 110% a mais) e Líbano (84%, para 41 milhões).
Para o secretário-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, os resultados demonstram a competitividade dos produtos agropecuários brasileiros. "O Brasil é uma das ilhas de eficiência da agricultura mundial. Apesar do câmbio desfavorável, o setor continua a abrir mercados e ampliar a pauta", afirmou.
Ele ressaltou que o desempenho da Síria, que passou a figurar entre os cinco principais destinos, pode ser atribuído ao crescimento econômico do país, de até 6% ao ano, e à reexportação de produtos ao vizinho Iraque. "O mesmo raciocínio pode ser feito para a Jordânia", declarou. O Líbano, que também subiu de colocação no ranking, segundo Alaby, serve como plataforma de exportação para outros países, haja vista a grande quantidade de gado vivo que o país importa.
Fevereiro
Em fevereiro somente, as exportações do agronegócio aos árabes renderam US$ 266 milhões, um aumento de 31,85% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Os principais destinos no mês foram Arábia Saudita, Egito, Emirados, Síria, Líbano, Argélia, Kuwait, Jordânia, Tunísia e Marrocos.
Sarkis ressaltou que, apesar o agronegócio representar a maior parte da pauta das exportações brasileiras aos árabes, ainda há muito mais espaço para ampliar as vendas do setor. "Os números provam que nós estamos certos, que é preciso trabalhar para expandir as exportações em geral e também do agronegócio", declarou.