São Paulo – O avanço da vacinação contra a covid-19 nos países árabes deu impulso às exportações do Brasil para a região no primeiro trimestre do ano, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (03) pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
As vendas do Brasil para os 22 países que fazem parte da Liga Árabe somaram US$ 2,91 bilhões em receita de janeiro a março deste ano, o significou uma alta de 18,2% na comparação com os três primeiros meses do ano passado. O crescimento em volume foi ainda maior, de 22,5%.
“Além de terem iniciado a vacinação mais cedo [no fim do ano passado], os árabes do Golfo instituíram os passaportes de imunização para ingresso em seus territórios e ações de ampla testagem. Essas medidas ajudaram a conter o número de casos e a viabilizar a atividade econômica. O que vemos nesse momento é o crescimento da demanda doméstica”, explicou o secretário-geral da Câmara Árabe, Tamer Mansour, em material da instituição.
Alimentos como açúcar, frango, carne bovina e grãos, além de minério de ferro, figuraram entre os produtos mais vendidos pelo Brasil para a região de janeiro a março. Os embarques de soja e milho registraram os maiores aumentos em receitas: respectivamente 147,98% e 132,67%. O Brasil é importante fornecedor de alimentos dos países árabes, que dependem de importações para o abastecimento doméstico nessa área.
Mansour acredita que a demanda na região por alimentos deve seguir em alta nos próximos meses, especialmente à medida que o setor turístico retomar suas atividades com a vacinação avançando no resto do mundo. A maior imunização em outros países faz aumentar o número de pessoas dispostas a viajar.
A Câmara Árabe constatou um aumento relevante nas exportações brasileiras para o Bahrein, que foi o segundo destino dos produtos brasileiros no mercado árabe no primeiro trimestre, com aumento de compras em 96% para US$ 406,36 milhões. O país já vacinou 23% da população, que é de 1,5 milhão de habitantes.