São Paulo – As exportações do Brasil ao mundo árabe bateram recorde em 2010. Os embarques renderam US$ 12,57 bilhões, um aumento de 34% em comparação com 2009. Já as importações de produtos árabes cresceram 33% e fecharam o ano passado em US$ 6,96 bilhões, o que resultou em um superávit comercial de US$ 5,61 bilhões, valor também recorde. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (01) pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
O presidente da Câmara Árabe, Salim Taufic Schahin, disse, em entrevista coletiva realizada na sede da entidade, em São Paulo, que o desempenho é resultado de um trabalho de aproximação política e comercial iniciado já no começo do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003.
“E com certeza nós (a Câmara Árabe) demos uma contribuição bastante importante para atingir esse resultado”, disse Schahin, referindo-se às atividades realizadas pela entidade, principalmente na área de promoção comercial.
Os principais destinos das mercadorias brasileiras no mundo árabe foram a Arábia saudita, que importou o equivalente a US$ 3,09 bilhões, um avanço de 59% em relação a 2009; o Egito, com compras de US$ 1,97 bilhão, 36% a mais; os Emirados Árabes Unidos, com US$ 1,85 bilhão, um crescimento de 4,7%; e a Argélia, com US$ 838,75 milhões, um aumento de 17%.
Os produtos que o Brasil mais exportou à região em 2010 foram açúcar, carne de boi e de frango e minério de ferro. Schahin destacou que há espaço para ampliar as vendas de alimentos em geral e de outros itens, como artigos de moda e bens de capital.
O gerente de Desenvolvimento de Mercado da Câmara Árabe, Rodrigo Solano, acrescentou que os países árabes importam o equivalente a US$ 500 bilhões anuais em produtos de várias origens, o que mostra o espaço que os exportadores brasileiros têm para avançar.
Previsão
Mesmo com a instabilidade política em alguns países da região, especialmente o Egito, Schahin ressaltou que o comércio com o Brasil vai continuar a crescer. Ele acredita que este ano deve haver um aumento de pelo menos 15%.
Para o executivo, as relações comerciais podem sofrer um pouco no curto prazo, mas a tendência no longo prazo é de crescimento. Ele espera que a situação no Egito se resolva de forma pacífica.
Nesse sentido, o vice-presidente de Marketing da Câmara Árabe, Rubens Hannun, disse que a entidade pretende ampliar suas atividades de promoção comercial e buscar a abertura de mercados para mais produtos brasileiros.
A partir desta quarta-feira (02), por exemplo, a entidade estará presente na Feira Internacional de Cartum, no Sudão, junto com o Itamaraty e mais três empresas brasileiras. Em meados deste mês, a Câmara Árabe participa ainda do fórum empresarial que será realizado paralelamente à 3ª Cúpula América do Sul-Países Árabes (Aspa).