São Paulo – As exportações brasileiras aos países árabes cresceram 52,6% em outubro, comparado com o mesmo mês do ano passado, alcançando US$ 1,36 bilhão. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e representam o melhor resultado para o mês de outubro desde 2012.
O desempenho da Arábia Saudita e do Egito, os dois principais mercados dos produtos brasileiros entre os países árabes no mês, ajudou a explicar a alta. Para os sauditas as vendas somaram US$ 289 milhões, avanço de 109% sobre outubro de 2016, enquanto o mercado egípcio comprou US$ 271,3 milhões no mês passado, crescimento de 144,6% em relação a igual mês de 2016.
“O Egito continua influenciando positivamente no resultado das exportações brasileiras aos países árabes. Não só em relação a outubro, o desempenho no ano também está acima da média”, comentou Rubens Hannun, presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
Enquanto as vendas externas a todos os países árabes somaram US$ 11,4 bilhões de janeiro a outubro, um crescimento de 22,3% na comparação com os dez primeiros meses de 2016, o Egito registrou uma alta de 31,7%, alcançando US$ 2 bilhões em compras no período. “Eles ampliaram a compra de carne e açúcar, principalmente”, explicou o diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby.
No acumulado até outubro, o Egito é o terceiro maior comprador de produtos brasileiros entre os árabes. À sua frente aparecem a Arábia Saudita, com US$ 2,32 bilhões em importações, alta de 13,9%, e os Emirados Árabes Unidos, cujo avanço chegou a 19,7%, para US$ 2,1 bilhões.
Os países árabes representaram 6,23% das exportações brasileiras nos primeiros dez meses do ano. No total, o Brasil exportou US$ 183,5 bilhões, um avanço de 19,9% sobre o mesmo período de 2016.
“As exportações aos países árabes seguem ganhando espaço, um reflexo do trabalho que a Câmara Árabe vem fazendo”, destacou o presidente Hannun, citando como exemplo as ações que a entidade promoveu junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para minimizar os efeitos da Operação Carne Fraca nas exportações da carne brasileira.
Deflagrada pela Polícia Federal em março, a operação revelou irregularidades em alguns frigoríficos brasileiros, mas a situação logo foi contornada. Em maio, uma missão liderada pelo Mapa, com apoio da Câmara Árabe, visitou países da região para destacar a segurança e a qualidade da carne brasileira. “Graças a esse esforço, conseguimos até aumentar as exportações para a região”, disse Hannun.
Até outubro, os embarques de todos os tipos de carnes para os árabes cresceram 3,4%, gerando US$ 3,1 bilhões. O produto é o segundo na pauta de exportação brasileira para a região, superado apenas pelo açúcar, que somou US$ 3,93 bilhões no período, um crescimento superior a 40%.
Juntos, açúcar e carnes representam mais de 60% das exportações brasileiras aos países árabes.
Importação
Nos primeiros dez meses do ano, as importações brasileiras dos países árabes somaram US$ 5,3 bilhões, um crescimento de 17,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Argélia, com US$ 2 bilhões (alta de 31,2%), Arábia Saudita, com US$ 1,02 bilhão (aumento de 50,8%), e Marrocos, com US$ 703 milhões (avanço de 37,1%), foram as principais origens das compras brasileiras.
Combustíveis e adubos e fertilizantes corresponderam a mais de 90% do que o Brasil importou dos países da região. “A Câmara Árabe continua trabalhando forte para diversificar a pauta de importação dos árabes, promovendo eventos e buscando parcerias na região”, destacou Michel Alaby.