São Paulo – As exportações do Brasil aos países árabes renderam US$ 15,13 bilhões em 2011, valor 20,3% maior do que o resultado de 2010. Já as importações cresceram ainda mais, 43,36%, e chegaram a US$ 9,98 bilhões. Com isso, a balança foi superavitária para o lado brasileiro em US$ 5,15 bilhões, e a corrente comercial somou US$ 25,13 bilhões, 28,67% a mais do que em 2010. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (31) pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em entrevista coletiva realizada na sede da entidade, em São Paulo.
“Nós somos superavitários no comércio com os árabes”, destacou Salim Taufic Schahin, presidente da Câmara Árabe. O executivo ressaltou a crescente participação do Brasil nas importações totais dos árabes. “Há três anos, o Brasil representava 1,7%. Em 2011, representou 2,3%. Com o grande esforço do governo brasileiro em aumentar as relações com o mundo árabe, acho que teremos muito sucesso neste crescimento”, declarou.
Para 2012, a previsão é que os negócios entre brasileiros e árabes cresçam de 10% a 15%. Schahin declarou que “é sempre melhor ser conservador” nas projeções. “É preciso comparar preços e volumes. Em 2011, os volumes permaneceram estáveis enquanto os preços subiram. Ainda temos que encarar a crise europeia com muito cuidado. Acredito que o crescimento no mundo vai ser mais baixo por causa desta crise”, destacou.
No ano passado, os países árabes importaram do mundo o equivalente a US$ 677 bilhões. “Só de alimentos, eles importam do mundo US$ 80 bilhões”, ressaltou o CEO da Câmara Árabe, Michel Alaby. “Há muito espaço para [a exportação brasileira] crescer em alimentos, como doces, chocolates, compotas, geleias e outros”, acrescentou.
Os principais produtos exportados pelo Brasil aos árabes, em 2011, foram os açúcares, com vendas de US$ 4,62 bilhões e crescimento de 19,81%; carnes, com vendas de US$ 3,55 bilhões e aumento de 9,89%; minérios, com US$ 2,97 bilhões, 34,82% a mais; e cereais, com US$ 1,17 bilhão, avanço de 96,83%.
“Tivemos também um importante aumento nas exportações de soja”, disse Schahin. Os embarques da oleaginosa para a região cresceram 170% no ano passado e chegaram a US$ 172 milhões.
Destinos
Entre os principais destinos das exportações brasileiras no ano passado destacam-se a Arábia Saudita, com US$ 3,48 bilhões, um aumento de 12,19% em relação a 2010; Egito, com US$ 2,62 bilhões, 33,37% a mais; Emirados Árabes Unidos, com US$ 2,17 bilhões (+16,94%); Argélia, com US$ 1,5 bilhão (+78,09%); e Omã, com US$ 831,79 milhões, um acréscimo de 449,59%, o mais expressivo entre os países da região.
Nas importações, a lista de fornecedores foi liderada pela Argélia, com US$ 3,14 bilhões, 32,84% a mais que em 2010. A Arábia Saudita veio em segundo lugar, com US$ 3,09 bilhões (+50,21); depois o Marrocos, com US$ 1,20 bilhão (+79,84); Iraque, com US$ 898,19 milhões (+21,59); e os Emirados, com US$ 478,67 milhões (+169,87).
Os combustíveis minerais foram os principais produtos comprados pelo Brasil dos países árabes, com um total de US$ 8,03 bilhões (+39,77); seguidos dos fertilizantes, com US$ 1,15 bilhão (+76,02%); outros insumos para a indústria de adubos, com US$ 261,12 milhões (+51,20%); e plásticos e derivados, com US$ 176,69 milhões (+53,61%).
Alaby destacou que há espaço para diversificação dos produtos árabes importados pelo Brasil. “Há possibilidades de eles venderem azeite de oliva, tâmara, autopeças, perfumes, essências, etc.”.
“Existe uma vontade crescente de relacionamento do governo brasileiro com o mundo árabe”, destacou Schahin. “As relações estão crescendo e o comércio está crescendo”, afirmou. De acordo com o executivo, o mundo árabe representa, atualmente, cerca de 6% das exportações brasileiras.

