São Paulo – As exportações brasileiras aos países árabes cresceram 74,25% em setembro sobre o mesmo mês do ano passado, saltando de US$ 817,72 milhões para US$ 1,42 bilhão. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, compilados pelo Departamento de Desenvolvimento de Mercados da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, os produtos que puxaram a pauta de vendas do Brasil, mais uma vez, foram açúcar, carnes, minério de ferro, cereais, máquinas e aeronaves.
A Arábia Saudita foi o maior comprador, em receita, com US$ 339 milhões e crescimento de 101,17%. Em segundo lugar veio o Egito, cujas compras ficaram em US$ 239 milhões, com alta de 120,54%. Os Emirados Árabes Unidos foram o terceiro maior importador de produtos brasileiros no mundo árabe, com US$ 202,76 milhões. As compras do país, no entanto, apresentaram recuo de 14,73%. A Argélia foi o quarto maior importador, com US$ 132,18 milhões, e o mercado que mais cresceu no período – 318%. Em quinto lugar aparece o Marrocos, que comprou US$ 85 milhões, aumento de 113,92%.
No acumulado de janeiro a setembro, as exportações avançaram de 27,9%, saltando de US$ 6,86 bilhões para US$ 8,78 bilhões.
Na avaliação do secretário geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Abdo Alaby, o resultado positivo é bastante significativo e revela o fortalecimento das relações entre os dois mercados. "Mostra o ‘boom’ econômico desses países, em primeiro lugar. Em segundo, um pouco de formação de estoques no caso de alimentos", diz.
"O Ramadã acabou em setembro, mas agora em outubro começa o Hajj (peregrinação a Meca – que recebe milhões de muçulmanos para um ritual religioso) e provavelmente isso explica o aumento das importações da Arábia Saudita", afirma Alaby. No caso da Argélia, que comprou 318% a mais que em setembro do ano passado, o secretário afirma que o país vive um momento de grande crescimento e investimentos.
A Argélia vai investir US$ 286 bilhões em modernização, tanto que o ministro da Indústria, Pequena e Média Empresa e da Promoção de Investimentos do país, Mohamed Benmeradi, apresentou o Plano Quinquenal 2010-2014 no dia 16 de setembro para um grupo de empresários brasileiros que integrou a missão comercial liderada pelo ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Comercio Exterior, Miguel Jorge, à capital argelina.
Outro fator que explica o resultado positivo, segundo Alaby, é a própria vantagem competitiva do Brasil em relação a esses setores. "O minério, por exemplo, aparece entre os produtos mais exportados e quem compra minério vai fazer aço, investir na indústria, em infraestrutura, na construção civil", diz.
Já as importações de produtos árabes por parte do Brasil cresceram 5,67% em setembro, quando comparadas ao mesmo mês de 2009. O país gastou US$ 651,22 milhões com compras da região, ante os US$ 616,28 milhões gastos em setembro de 2009. Quase que a totalidade destes valores corresponde a petróleo e seus derivados. No acumulado de janeiro e setembro, as importações brasileiras do mercado árabe avançaram 32,72%, passando de US$ 3,87 bilhões para US$ 5,14 bilhões.