São Paulo – As exportações brasileiras aos países árabes renderam US$ 2,9 bilhões no primeiro quadrimestre, o que representou um crescimento de 15,3% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
De acordo com o gerente do departamento de Desenvolvimento de Mercado da Câmara Árabe, Rodrigo Solano, os principais produtos responsáveis pelo aumento das exportações foram carne de frango e bovina (+24,4%), açúcares (+35,8%) e minérios (+24,6), que juntos representaram 70% do total das vendas para os árabes no período.
O Brasil embarcou ainda aeronaves, no valor de US$ 133,7 milhões (+4%), ouro em barras, US$ 89,36 milhões (+110 vezes), máquinas e instrumentos mecânicos, US$ 77,52 milhões (+48%), entre outros produtos, que variam de cereais e leite a animais vivos e calçados.
Os países que mais importaram do Brasil de janeiro a abril foram Arábia Saudita, com US$ 763 milhões, um crescimento de 30,5% em relação ao mesmo período de 2009; Emirados Árabes, com US$ 420,8 milhões, um aumento de 33,67%; Egito, com US$ 350,65 milhões, queda de 22%; Marrocos, US$ 207 milhões, 8% a mais; e Argélia, US$ 154,7 milhões, queda de 22%.
Segundo Solano, a queda das vendas para o Egito se deu, principalmente, por causa das exportações de minério de ferro, que caíram 63% em relação aos quatro primeiros meses do ano passado. Já no caso da Argélia, o motivo foi a queda de 18% nas exportações de carne bovina.
No crescimento das vendas para os Emirados Árabes, Solano destacou o aumento das exportações de carne de frango (+30%), de milho (+ de 15 vezes) e de ouro em barras, que passou a ser o segundo produto mais vendido para os Emirados, ultrapassando o açúcar.
No caso das importações brasileiras dos países árabes no período de janeiro a abril, o país comprou 97% a mais sobre a mesma comparação de 2009. As importações somaram US$ 2,17 bilhões. Óleos de petróleo e fertilizantes representaram 92% das exportações árabes para o Brasil.
Os principais fornecedores desses produtos foram Argélia, com exportações de US$ 871 milhões, um aumento de mais de quatro vezes em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado, Arábia Saudita, com US$ 585 milhões, crescimento de 36,7%, e Iraque, US$ 176,7 milhões, 53,36% a mais.
De acordo com o gerente da Câmara Árabe, o Marrocos vem se tornando um dos principais fornecedores brasileiros de adubos e fertilizantes, ocupando a quarta posição entre os fornecedores do Brasil. “As importações brasileiras do produto marroquino cresceram 414% no período”, afirmou Solano. Outro item que ele destacou foi a venda de maquinários dos Emirados Árabes ao Brasil. "Elas representaram quase 30% das exportações dos Emirados para o país", acrescentou.
A corrente comercial no período também apresentou crescimento. A soma das exportações e importações totalizou US$ 5,1 bilhões, um aumento de 40% em comparação a janeiro a abril de 2009.
Abril
Em abril, as vendas brasileiras para o mercado árabe renderam US$ 655,87 milhões, uma queda de 8,4% ante o mesmo mês do ano passado. Arábia Saudita, Emirados Árabes e Egito também foram os principais destinos das exportações brasileiras, com vendas somadas no valor de US$ 393,7 milhões.
Se comparada as exportações apenas do agronegócio brasileiro para o Oriente Médio, as vendas em abril apresentaram um crescimento de 14% sobre o mesmo mês de 2009, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As exportações para a região somaram US$ 505 milhões.
A Arábia Saudita foi o oitavo maior comprador do agronegócio brasileiro em abril, com importações de US$ 172 milhões e crescimento de 32% sobre o mesmo mês de 2009. O segundo país árabe que mais importou produtos agrícolas e pecuários do país foi o Egito, na vigésima colocação do ranking geral, com compras de US$ 61,6 milhões e alta de 27,5%.