São Paulo – As exportações brasileiras aos países árabes de janeiro a novembro deste ano superaram o resultado de todo ano de 2015, de acordo com um levantamento feito pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira com base nos dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Naquele ano, os árabes compraram US$ 12,1 bilhões do Brasil. Já nos primeiros onze meses de 2017, as vendas dos brasileiros à região alcançaram US$ 12,5 bilhões.
Em relação ao período de janeiro a novembro do ano passado, as exportações aos árabes avançaram 21,6% em faturamento. Em volume, o crescimento na mesma base de comparação chegou a 19,3%, somando 38,4 milhões de toneladas – o aumento do preço médio da tonelada embarcada, que passou de US$ 31,9 mil nos primeiros onze meses de 2016 para US$ 32,5 mil em igual período deste ano, contribuiu para esta diferença entre volume e receita.
“Vamos fechar o ano com crescimento de 15% a 20% nas exportações, dentro das nossas projeções”, afirmou Michel Alaby, diretor geral da Câmara Árabe. Segundo ele, as perspectivas para 2018 começam positivas, embora diversos fatores podem complicar a situação do País – como as indefinições a respeito das reformas e do reajuste do salário do funcionalismo federal. “Embora possam mexer com o câmbio, desvalorizando o real, o que nós desejamos é que o País cresça”, disse.
Os principais produtos exportados à região no período foram açúcares, com 34,2% de participação, carnes, com 27,2%, minérios, com 8,5%, e cereais, com 6% do total. Além de liderar a pauta, o açúcar apresentou aumento de 36,2% nos embarques do período.
Alaby destacou o crescimento de 69,3% nas exportações de minérios aos países árabes. “É um item importante porque indica o crescimento econômico da região. Quanto mais se compra minério, mais cresce a indústria, o que gera emprego e estimula o consumo da população”, explicou.
A Arábia Saudita comprou US$ 2,485 bilhões em produtos brasileiros nos onze primeiros meses do ano e foi o principal cliente entre os árabes. No período, as vendas para lá avançaram 8,3%. Emirados Árabes Unidos, com US$ 2,3 bilhões e alta de 15,5%, e Egito, com US$ 2,232 bilhões e avanço significativo de 37,7%, aparecem em segundo e terceiro, respectivamente.
Quinto no ranking dos compradores, o Iraque apresentou desempenho destacado, com aumento de 80% nas compras de produtos brasileiros. As exportações para o país somaram US$ 727,4 milhões de janeiro a novembro.
Importações
Na via contrária, o Brasil importou US$ 5,853 bilhões dos países árabes até novembro, um aumento de 18,4% em relação ao mesmo período de 2016. Argélia, com US$ 2,079 bilhões, e Arábia Saudita, com US$ 1,821 bilhão, lideram as origens das compras brasileiras na região.
Os produtos foram basicamente combustíveis, com US$ 3,658 bilhões, e adubos ou fertilizantes, com US$ 1,570 bilhão. Juntos, representaram 89,4% do total das importações brasileiras dos países árabes.
O Brasil fechou o período, portanto, com superávit de US$ 6,7 bilhões no comércio exterior com a região.