São Paulo – A Randon S.A Implementos e Participações, que controla nove empresas das áreas de veículos e implementos, autopeças e serviços financeiros, aumentou em 54,5% as suas exportações no primeiro semestre deste ano sobre o mesmo período de 2009. Segundo o coordenador de exportações da empresa, Caio Rebello, o aumento, na área de implementos rodoviários, se deu em função da retomada da demanda reprimida pela crise financeira em 2009. O faturamento da companhia com o mercado externo saiu de US$ 159,7 milhões nos seis primeiros meses do ano passado para US$ 202 milhões no mesmo período deste ano.
De acordo com Rebello, o maior mercado da Randon no exterior, para implementos rodoviários, é o Chile e o país, segundo ele, sentiu muito a crise em função de ser uma economia bastante aberta. Atualmente os países da América Latina respondem por 60% das exportações dos implementos da Randon enquanto que África e Oriente Médio representam ao redor de 40%. No período da crise, explica o coordenador, esses percentuais se inverteram. Agora, com a retomada das economias latino-americanas, a balança voltou à sua normalidade.
Há perspectiva, porém, de uma maior participação da África e Oriente Médio nas vendas externas da Randon em função dos investimentos na região. A empresa brasileira deverá começar a montar seus semi-reboques no Egito em menos de um mês. Em abril deste ano a Randon firmou uma joint-venture com a egípcia Egypt Power para comercializar e montar os produtos no Cairo. Segundo Rebello, a estruturação da linha de montagem, que ficará em uma unidade da Egypt Power, começou a ser feita no final de julho e deverá ficar pronta no final deste mês, quando os semi-reboques passarão a ser montados.
A Randon vai enviar para o Egito os produtos em CKD. De acordo com o coordenador de exportações, já há 16 CKDs no Porto de Alexandria esperando para irem para a linha de montagem. Também estão em trânsito ao Egito, desde o Brasil, quatro semi-reboques prontos para servirem de modelos nas montagens. Uma equipe da Randon já está atuando no país. A previsão é que sejam montadas 500 unidades ao ano, em um primeiro momento, passando a mil unidades em cinco anos. No Egito, por enquanto, serão feitos os semi-reboques do tipo plataforma. A idéia, no entanto, é que a montagem seja ampliada para todos os modelos.
Rebello lembra que na África a empresa já tem linhas de montagem consolidadas no Quênia e Argélia. Atualmente, no Quênia e Argélia a Randon já monta os semi-reboques do tipo plataforma, basculante e tanque. A plataforma leva um chassi e uma base plana, já o basculante inclui uma caixa de carga e o tanque comporta o chassi com um tanque.
A Randon também revisou para cima as suas previsões de exportações para o ano. No começo de 2010, a previsão do grupo era faturar US$ 190 milhões com o mercado externo, o que passou a US$ 220 milhões nos dados divulgados nesta semana. O aquecimento do mercado no pós-crise foi o principal responsável pela revisão. A empresa também teve bom desempenho no mercado interno. As vendas da companhia no Brasil ficaram em R$ 2,3 bilhões no primeiro semestre contra R$ 1,5 bilhão no mesmo período do ano passado, alta de 51%. A receita bruta total saltou de R$ 1,7 bilhão para R$ 2,5 bilhões, aumento de 48,7%.

