São Paulo – As exportações tunisianas nos últimos dez anos saíram de US$ 5,5 bilhões para US$ 14,4 bilhões no ano passado. De acordo com o presidente do Centro de Promoção das Exportações da Tunísia (Cepex), Abdellatif Hamam, que está no Brasil, as vendas externas cresceram em média 10,4% ao ano.
O aumento das exportações, segundo o presidente, ocorreu principalmente nos setores agrícola, eletromecânico e de químicos. Outro segmento importante para o comércio exterior do país é a indústria têxtil. No ano passado, o país embarcou 5.880 tipos diferentes de mercadorias para 156 países.
“Hoje, crescer no mercado internacional é muito importante. Não podemos ficar concentrados nos mercados tradicionais, temos que diversificar”, afirmou Hamam. Segundo ele, o Brasil é um dos mercados prioritários para a Tunísia. “É um país com uma economia emergente, faz parte dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) e tem a nona economia mais promissora do mundo”, acrescentou.
Outro fator que Hamam mencionou é a numerosa comunidade árabe que vive no país. De acordo com ele, há muitas oportunidades de se exportar tâmaras e azeite de oliva da Tunísia, produtos que são consumidos pela colônia. O país árabe é o segundo maior exportador de azeite de oliva, atrás apenas da União Européia.
Foi com esse objetivo que empresários tunisianos participaram ontem (02), na Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo, de rodadas de negócios com empresas brasileiras. Da Tunísia, vieram representantes da companhia Sodutex, de tâmaras, e do Grupo Slama, de azeite de oliva, ambos interessados em começar a exportar para o Brasil. “Aqui há muitos consumidores de azeite de oliva e existe uma comunidade de origem árabe muito forte, que demanda produtos específicos”, afirmou o presidente do Grupo Slama, Ali Slama.
O grupo, que é responsável desde a plantação das azeitonas até o engarrafamento do azeite e distribuição, tem capacidade para produzir 4 mil toneladas de azeite por ano. As exportações da empresa, que começaram há seis anos, têm como principais destinos países do Oriente Médio, China, Canadá, Espanha e Portugal, sendo que os dois últimos importam em tonéis e os demais em garrafas.
“Temos um produto de boa qualidade e um preço competitivo”, disse Slama. Segundo ele, as empresas brasileiras demonstraram bastante interesse em seu azeite e querem amostras. É o caso da importadora La Rioja, que importa desde azeite de oliva até frutas secas e peixes de 80 países.
De acordo com o gerente de exportação da La Rioja, Cassiano Franco Jr., a empresa já importa uma marca de azeite da Tunísia e tem interesse em conhecer outras marcas. Dos países árabes, a La Rioja também importa frutas secas e oleaginosas do Líbano, Síria e da própria Tunísia. “Temos muito interesse em conhecer o azeite e as tâmaras da Tunísia”, disse Franco.
Segundo o presidente do conselho administrativo da Sodutex, Mohamed Sahraoui, a empresa lida exclusivamente com exportação há 10 anos. As tâmaras da companhia já são embarcadas para 15 países. Com 250 funcionários, a Sodutex tem capacidade de produzir 250 mil toneladas de tâmaras por ano. “Agora, queremos exportar para o Brasil”, disse Sahraoui.