São Paulo – As exportações de café do Brasil ao bloco árabe tiveram queda de 25,1% em 2021, frente aos doze meses do ano anterior. O volume total embarcado somou 1.603.204 sacas de 60 quilos. Já a receita ficou em US$ 209,8 milhões, uma queda de 3% frente a 2020. Os dados foram divulgados pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) nesta segunda-feira (17). Na foto acima, cafezal da variedade conilon.
A baixa foi vista nos embarques para diversos outros blocos, entre eles, importantes compradores do grão brasileiro como a Europa e a América do Norte. “Houve essa queda, incluindo para os países árabes, que sempre anunciamos como grandes importadores”, lembrou Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, durante coletiva de imprensa.
No total embarcado pelo País, também houve queda 9,7% em volume, com 40,4 milhões de sacas de café vendidas ao exterior em 2021. A receita cambial, por outro lado, evoluiu 10,3% na comparação com 2020, e chegou a US$ 6,2 bilhões. Os executivos do Cecafé destacaram que 2021 teve uma colheita menor devido ao ciclo bienal da planta do café, que costuma produzir mais em um ano e menos na safra seguinte, e aos impactos do clima nos cafezais do Brasil.
Neste cenário, o valor da saca de café está subindo para perto de seus níveis históricos. “O preço médio das exportações, de US$ 154,63, um dos maiores da série. Esses fatores, aliados a um dólar forte ante o real, favoreceram o maior ingresso de divisas no Brasil”, disse em nota Nicolas Rueda, presidente do Cecafé.
Produção
Já nesta terça-feira (18), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou a primeira estimativa da safra de café em 2022. A safra atual terá bienalidade positiva, ou seja, deve ter plantas produzindo mais, especialmente para a espécie arábica.
O volume colhido deve aumentar 16,8% em relação ao ano passado, ficando em 55,7 milhões de sacas de 60 quilos. Segundo a Conab, a produção de 2022 ainda sofrerá com condições climáticas, como a estiagem e as geadas registradas principalmente entre os meses de julho e agosto de 2021. Essas últimas afetaram principalmente os cafezais dos estados de Minas Gerais, principal produtor do país, e de São Paulo e Paraná, onde o cultivo principal é de arábica.
Ainda assim, a espécie deverá ter produção 23,4% maior em relação à safra anterior, sendo estimada em 38,7 milhões sacas. Já para o café conilon há expectativa de novo recorde com a colheita podendo chegar próxima a 17 milhões sacas, aumento de 4,1% em relação à safra anterior.