São Paulo – No primeiro semestre deste ano os embarques do setor calçadista brasileiro voltaram a patamares do mesmo período de 2019, anterior à pandemia de covid-19. A informação foi divulgada pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Segundo a entidade, nos primeiros seis meses de 2021 as exportações de calçados somaram US$ 389 milhões, geradas pela comercialização de 57 milhões de pares.
No comparativo com o período pré-pandemia, em 2019, o volume teve apenas uma queda de 0,3% em volume. Já a receita apresentou queda de 19%. A Abicalçados atribui o menor valor da receita a um ajuste de preços ao mercado internacional, já que com o dólar mais valorizado foi possível conceder valores mais competitivos.
Já em relação a 2020, o setor teve alta de 17,7% em receita e de 32,3% no volume de calçados exportado. O crescimento ocorreu porque a base de comparação do ano passado é baixa. O setor de calçados foi um dos que mais sofreu com a pandemia, já que o fechamento do varejo para conter a covid-19 impactou fortemente as vendas.
No primeiro semestre deste ano, o principal destino do calçado brasileiro no exterior foram os Estados Unidos, seguidos da Argentina. Em terceiro lugar veio a França. Os países árabes não figuraram entre os principais destinos do calçado brasileiro no exterior nestes seis primeiros meses do ano.
Apenas no mês de junho deste ano foram embarcados 7,78 milhões de pares, que geraram US$ 65,47 milhões, altas de 116% em volume e de 84% em receita no comparativo com o mesmo mês do ano passado. Já em relação a junho de 2019, o avanço é de 19,7% em pares e a queda é de 2,6% na receita gerada.
Apesar dessa recuperação pontual, o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que o setor deve encerrar 2021 em níveis abaixo dos registrados na antes da pandemia. “Estamos crescendo sobre uma base historicamente fraca, que nos levou a patamares de quase quatro décadas atrás”, avalia o executivo, lembrando que no ano passado as exportações caíram mais de 18%.