Geovana Pagel
São Paulo – Os primeiros oito meses deste ano apresentaram um resultado de exportações bastante favorável para o setor de chocolates, balas e confeitos. As vendas de janeiro a agosto de 2003 ficaram 32% acima do volume exportado no mesmo período de 2002. Até agosto do ano passado foram US$ 106 milhões. Neste ano foram US$ 140 milhões.
Os países árabes, que apesar de ainda representarem um mercado pequeno para as exportações do setor, vêm importando cada vez mais os doces brasileiros. Num período de dois anos, de 2000 para 2002, as vendas brasileiras para aqueles países passaram de US$ 2,3 milhões para US$ 3,9 milhões, o que representa um crescimento de 70%.
Considerando a projeção de crescimento do setor de 20%, as exportações para os países árabes podem chegar a US$ 4,68 milhões até final deste ano, o que representa um crescimento de 103% em 4 anos. Os chocolates, balas e confeitos brasileiros são consumidos na Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Kuwait, Djibuti, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Líbano, Iêmen e Omã.
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), Getúlio Ursulino Netto, esse crescimento faz parte de um esforço conjunto da entidade com cada uma das suas 86 indústrias associadas.
"O Brasil é um mercado estável há vários anos e, por isso, uma das alternativas para o crescimento é a exportação".
Mentalidade exportadora
A Abicab incentiva o desenvolvimento da mentalidade exportadora entre seus associados, mesmo os menores. O Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), em parceria com a Abicab e Apex Brasil, possui uma divisão denominada Chocotec. Trata-se de um programa que desenvolve produtos voltados à exportação, por meio de um projeto de competitividade em que especialistas analisam o mercado externo e apontam os produtos com maior aceitação.
Netto afirma que a capacidade produtora das indústrias instaladas no Brasil tem qualidade comparável a de qualquer parte do mundo "com a vantagem de termos as matérias-primas disponíveis. O Brasil é o primeiro produtor mundial de açúcar, o quinto de cacau e o terceiro de milho, que dá origem à glicose".
Assim, os fabricantes brasileiros podem adequar sua produção às necessidades dos compradores estrangeiros para serem competitivos no mercado externo. "São poucos os setores com planos específicos para exportação", enfatiza o presidente da Abicab.
"Em três anos, o nosso setor saiu de uma atitude meramente participante para uma ação agressiva, comprometida com o mercado externo". As 15 últimas associadas que não exportavam já estão exportando, depois de um treinamento de dois anos no Ital.
Uma vez que as empresas já provaram que têm capacidade de produção e gerencial para atender os mais exigentes mercados externos, a Abicab, com o apoio da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex), criou uma divisão voltada especialmente para desenvolver um plano de abertura dos países que não compram produtos brasileiros e ampliar os mercados já existentes.
"Existe uma grande variedade de produtos e sabores e essa diversidade faz com que as pequenas empresas possam desenvolver ou criar nichos no mercado externo onde os grandes não atuam, com produtos que eles não fazem", explica Getúlio.
Outra estratégia é a participação nas principais feiras mundiais do setor, como a All Candy, realizada em maio em Chicago (EUA) e a International Sussewaren Messe (ISM), que acontece em janeiro em Colônia (Alemanha).
"Como não temos conhecimento de nenhuma feira específica do setor realizada no Oriente Médio, o contato com os empresários árabes acaba acontecendo em feiras como a da Alemanha", explica Netto.
Por sua vez a Abicab promoveu, entre os dias 12 e 15 de agosto, a 6.ª Sweet Brazil Internacional. A feira aconteceu em Brasília e reuniu expositores que representam 96% do setor de chocolate, 70% de balas e confeitos e 65% de amendoim.
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