São Paulo – As exportações brasileiras de veículos avançaram 62,3% no primeiro semestre deste ano sobre o mesmo período de 2009 e alcançaram US$ 5,73 bilhões, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (12) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em coletiva de imprensa.
O dado, que inclui autoveículos e máquinas agrícolas automotrizes, significa a retomada das exportações, já que em 2009 elas estavam em US$ 3,52 bilhões. A receita das vendas externas, no entanto, ainda não alcançou o mesmo patamar de 2008, antes da crise, quando era de US$ 6,8 bilhões.
"As exportações cresceram em função da parada de 2009. No primeiro semestre (do ano passado), após a crise, as vendas pararam, a América Latina parou, cortaram pedidos”, disse o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini. Segundo ele, o mercado internacional está se recuperando, mas ainda não chegou ao nível de 2008.
Belini afirma que o segmento poderia exportar muito mais e está trabalhando para saber como aumentar a sua competitividade. O maior mercado brasileiro no exterior é a Argentina, que responde por 39,8% das compras.
Em volume, as vendas externas de autoveículos e máquinas agrícolas ficaram em 357,5 mil unidades entre janeiro e junho, contra 200,8 mil no mesmo período do ano passado. Igual à receita, o volume também não chegou à mesma quantidade do primeiro semestre de 2008, quando estava em 381,2 mil veículos.
A previsão da Anfavea para o ano é que as vendas externas alcancem 530 mil unidades, com aumento de 11,5% sobre 2009. No ano passado foram exportados 475,3 mil veículos e, no ano anterior, 734,5 mil unidades.
A retomada das exportações, no entanto, teve impacto na produção nacional de autoveículos, de acordo com Belini. As montadoras instaladas no país fabricaram, entre janeiro e junho deste ano, 1,75 milhão de veículos contra 1,47 milhão nos mesmos meses de 2009. Houve avanço de 19,1%, segundo os dados da Anfavea.
Também cresceu o licenciamento de autoveículos no período, em 9%, para 1,58 milhão de unidades no semestre. Só no mês de junho foram emplacados 262,8 mil veículos. Segundo Belini, o aumento é reflexo do crescimento do crédito. Os estoques, nas montadoras, em junho, eram para dez dias.
O mercado interno aquecido também favoreceu as importações. Elas cresceram 35%. O Brasil importou, no primeiro semestre deste ano, 282,6 mil veículos contra 209,3 mil nos mesmos meses do ano passado. Ou seja, o crescimento das vendas de veículos fabricados fora do Brasil foi maior do que o crescimento do mercado, de 9%. Grande parte das importações veio do México e da Argentina. “Eles conseguiram níveis de competitividade bons. Estão conseguindo colocar seus produtos aqui e nós não estamos conseguindo o mesmo nível de competitividade lá fora”, disse o presidente da Anfavea.

