Da redação da ANBA e da Agência Brasil
São Paulo – As exportações brasileiras já encostaram na meta do governo para este ano e, para 2004, a previsão é de que as vendas passem dos US$ 80 bilhões, afirmou ontem o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan.
De janeiro até a segunda semana de dezembro, o Brasil embarcou para o exterior o equivalente a US$ 69,623 bilhões, volume 20,8% maior do que o registrado no mesmo período de 2002. O Ministério espera que as vendas cheguem a pelo menos US$ 70 bilhões até o final deste mês. Esta é a terceira meta anunciada por Furlan neste ano: a primeira previa que as exportações alcançariam US$ 66 bilhões; depois, US$ 68 bilhões. No ano passado, os negócios ficaram US$ 60,4 bilhões.
Furlan acredita que, daqui para frente, haverá um crescimento médio de 10% ao ano das exportações. Um dos motores dessa expansão devem ser os novos mercados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender ontem que os empresários façam negócio com outros países fora do eixo Estados Unidos-União Européia que, segundo ele, compram mais da metade dos produtos brasileiros.
O Ministério do Desenvolvimento ainda não tem informações precisas sobre a contribuição desses novos mercados no crescimento das exportações do país. Mas alguns números já mostram o redirecionamento dos negócios. Entre janeiro e novembro deste ano, as vendas para a China, por exemplo, aumentaram 81%, para US$ 4,3 bilhões. Para a Ásia, houve alta de 33,7%, para US$ 10,8 bilhões; para a Europa Oriental, de 29% (US$ 2,1 bilhões); e para o Oriente Médio, de 19,4%, para US$ 2,5 bilhões.
Com isso, a participação desses países alternativos na pauta brasileira também vem aumentando. As exportações para a Ásia, por exemplo, que representavam menos de 12% do total negociado pelo Brasil com o exterior em 2001, passaram dos 16% neste ano.
Agricultura puxa importações
Ontem, o Ministério divulgou os números da balança comercial na segunda semana de dezembro. No mês, o saldo está em US$ 1,297 bilhão. As exportações chegaram a US$ 3,287 bilhões, com média diária de US$ 328,7 milhões, 31,7% maior do que a apurada no mesmo mês de 2002.
As importações também subiram, 21,4%, para US$ 1,999 bilhão. De acordo com relatório divulgado ontem pela Global Invest, a compra de insumos para a agricultura vem impulsionando as importações nos últimos meses. Analistas e o governo esperam um superávit comercial de cerca de US$ 24 bilhões para este ano, número recorde na história do país.

