São Paulo – O grupo JBS-Friboi, produtor brasileiro de carnes e maior empresa de abates de bovinos do mundo, aumentou em 275% o seu volume de exportações no segundo trimestre deste ano sobre o mesmo período do ano passado. Enquanto de abril a junho de 2007, o grupo exportou 112,2 mil toneladas, no mesmo período deste ano os embarques ficaram em 421,2 mil toneladas. Os dados incluem não apenas as operações da empresa a partir do Brasil, mas também da Austrália, Estados Unidos, Argentina e Itália.
Foi obtido US$ 1,6 bilhão com exportações, o equivalente a R$ 2,6 bilhões, com alta de 273%. O maior mercado foi o Japão, com 18%, seguido da União Européia, com 16%, e Rússia e México, com 10% cada um. Do total exportado, US$ 788,2 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão) tiveram como origem as unidades do JBS-Friboi no Mercosul. O presidente do grupo, Joesley Mendonça Batista, afirmou, em entrevista coletiva, que nos próximos meses as exportações originárias dos EUA devem crescer mais do que as do Brasil.
“A situação nos Estados Unidos está favorável às exportações para todos as regiões”, também afirmou em conferência de imprensa o CEO da companhia para Estados Unidos e Austrália, Wesley Batista. Ele citou o Oriente Médio entre os mercados para os quais as exportações a partir do país norte-americano estão favoráveis. O grupo exporta para o mundo árabe e tem, inclusive, uma filial no Egito, país árabe do Norte da África, mas a região não está entre os principais mercados do JBS-Friboi.
No segundo trimestre deste ano, 63% das vendas do grupo foram feitas em mercados domésticos, onde ele mantém suas unidades, e 37% foram para o exterior. Mendonça Batista acredita que nos próximos meses 25% do faturamento virá do comércio internacional e os demais três quartos do mercado interno de cada unidade. O presidente do JBS-Friboi afirmou que o grupo está pronto para seguir crescendo, apesar de prever um cenário não muito favorável para a atividade no Brasil no decorrer do segundo semestre.
Um dos problemas enfrentados pelos frigoríficos nacionais é a baixa disponibilidade do rebanho. O fato fez aumentar o preço do boi, e conseqüentemente os custos dos produtores de carnes, tornando as suas margens de lucro mais baixas. Foi o que ocorreu com o JBS já no segundo trimestre deste ano. A margem Ebitda ficou em 5%. De acordo com Batista, essa margem se justifica no preço da arroba do boi, que está na casa dos US$ 50. Mesmo assim, o grupo promete continuar ampliando sua capacidade e abates.
De acordo com o presidente do JBS-Friboi, a empresa repassou o seu aumento de custo para a exportação até onde foi possível. Hoje, segundo ele, os preços já estão no teto. “Fomos subindo até o momento em que estávamos sozinhos no mercado”, afirma. Segundo ele, chegou num ponto em que os preços chegaram no patamar de outros países concorrentes. “Agora só podemos subir os preços se os outros subirem também”, diz.

