Da redação
São Paulo – A China vem se consolidando como um dos principais parceiros comerciais do Brasil, com números que surpreendem tanto nas exportações, quanto nas importações. “A China é hoje, um país que está em um crescimento extraordinário e, conseqüentemente, busca mercado comprador para suprir a necessidade de seu mercado interno”, afirmou o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, de acordo com nota divulgada hoje pela pasta.
Os números comprovam: no início dos anos 90, a venda de produtos brasileiros para a China totalizava apenas US$ 381 milhões e a corrente de comércio (exportação mais importação) era de US$ 550 milhões. No ano passado, esses números chegaram a US$ 4,3 bilhões e US$ 6,8 bilhões, respectivamente, colocando os chineses no terceiro lugar entre os países que mais compram do Brasil. Somente nos dois primeiros meses do ano, a exportação brasileira para a China chegou a US$ 635 milhões, um aumento de 72% se comparado ao mesmo período de 2003.
Os principais produtos que a China comprou dos brasileiros, no ano passado, foram soja em grão (US$ 1,3 bilhão), minérios de ferro (US$ 764 milhões), produtos laminados de ferro/aço (US$ 459 milhões), celulose (US$ 265 milhões) e produtos semimanufaturados de ferro/aço (US$ 258 milhões). “Exportamos principalmente produtos básicos, mas nossa expectativa é que nos próximos anos cresçam as vendas de manufaturados (produtos com alto valor agregado)”, disse Ivan Ramalho.
O secretário também ressaltou que, das duas principais mercadorias exportadas pelo Brasil para o mundo (soja em grão, US$ 4,2 bilhões, e minérios de ferro, US$ 3,4 bilhões), a China é a principal compradora. Segundo ele, o Brasil representa apenas 1% do total de mercadorias compradas pela China no mundo. “Esse valor ainda é muito pequeno, mas a expectativa do MDIC é que esse número venha a aumentar, principalmente com o crescimento das exportações de produtos como siderúrgicos e motores”, comentou o secretário.
A diversidade de produtos brasileiros que vão para a China é outro fator importante e que explica o crescimento do intercâmbio entre os dois países. Em 2003, os chineses importaram do Brasil desde fumo (US$ 54 milhões) e suco de laranja (US$ 18 milhões) a caixas de papel (US$ 12 milhões) e algodão (US$ 7 milhões).
Do lado das importações, a China, no ano passado, foi o quinto maior vendedor de produtos ao Brasil. Neste período, os brasileiros importaram US$ 2,1 bilhões da China, um crescimento de 38% se comparado ao mesmo período de 2002. No primeiro bimestre deste ano, esse número chega a US$ 419 milhões.
Para o secretário, com o aumento do intercâmbio entre os dois países, é possível o aumento da compra de produtos chineses. “Exemplo disso, é o crescimento das compras na ordem de 60% neste primeiro bimestre, em relação ao mesmo período de 2003”, falou Ramalho.

