Geovana Pagel
São Paulo – A Exportadora Guanabara, localizada em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, quer iniciar a venda de produtos de cama, mesa e banho para os países do Oriente Médio, especialmente Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Palestina.
Os proprietários da Guanabara pretendem ampliar o mix de produtos, incluindo alimentos e calçados na pauta de exportações. Também planejam a abertura de uma empresa distribuidora ou um escritório de representação nos países árabes, que já são potenciais compradores da indústria têxtil brasileira.
A Guanabara exporta produtos de cama, mesa e banho para a Bolívia desde 1985, ano de fundação da empresa. Os produtos são comprados pela exportadora diretamente de fabricantes brasileiros como Teka, Altenburg, Buettner, entre outras marcas.
O empresário Imad Badere Machni, um dos proprietários, conta que a exportadora mantém seis distribuidores na cidade boliviana de Santa Cruz de La Sierra. "Até o início da década de 1990, estes distribuidores importavam nossos produtos e reexportavam para países próximos como Argentina, Chile e Peru", explica.
O empresário afirma que não buscaram outros mercados importadores anteriormente porque a demanda da Bolívia era suficiente para movimentar a empresa. “Devido ao fechamento das fronteiras, hoje nossos produtos abastecem apenas o mercado interno da Bolívia e, consequentemente, os pedidos diminuíram bastante”, explica.
Machni é filho de pai palestino, naturalizado brasileiro, e mãe brasileira. Fala árabe fluentemente e já viajou para a Jordânia e Palestina, onde reside a avó materna, e onde ele mesmo já permaneceu durante alguns meses em 1993, 1995 e 1997.
É claro que o conhecimento da língua e da cultura facilitam a proximidade com a região, mas o interesse pelos países do Oriente Médio, segundo Machni, surgiu mesmo pela necessidade de ampliar o leque de importadores. “Nos interessamos pelos países árabes principalmente porque representam um mercado e expansão e porque Dubai (nos Emirados Árabes) é porta de entrada para o mundo árabe”, explica.
De acordo com Machni, a partir do aumento das vendas para os países do Oriente Médio, a exportadora deve investir na ampliação do mix de produtos exportados e registrar um rápido desenvolvimento. “Com a ampliação do mercado de atuação para o Oriente Médio, a possibilidade de aumento deve ficar entre 30% e 40%”, avalia.
“Estamos buscando informações referentes a oportunidades, exigências, contatos de importadores, enfim, qualquer informação é válida”, diz. “Também temos muito interesse em participar de feiras e missões para a região”, completa.
Setor têxtil e os países árabes
Embora não integrem a lista dos países que mais importam têxteis do Brasil, os países árabes, principalmente Líbano, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos aparecem como grandes compradores dos produtos brasileiros do segmento – com destaque para itens de cama, mesa e banho e roupas íntimas.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o maior comprador, o Líbano, importou entre janeiro e setembro de 2003 um volume no valor de US$ 1.771.869. Entre os principais itens estão tecidos de algodão, roupas prontas, maiôs e biquínis. Esse valor, se comparado a igual período do ano passado, representa uma variação de 22,31%.
Em segundo lugar vem a Arábia Saudita, que comprou do Brasil US$ 973.954 entre janeiro e setembro de 2003, principalmente roupas íntimas, camisolas, pijamas, artigos infantis e para bebês, roupas de cama. As vendas foram 10,17% maiores em valores do que no mesmo período do ano anterior.
Os Emirados, por sua vez, no mesmo período, fizeram compras de US$ 927.437, valor 50,58% maior que no mesmo período de 2003. Entre os itens principais também estão roupas íntimas e de cama, mesa e banho. Em volume bem menor, o Brasil exporta para o Kuwait, Jordânia, Omã, Catar, Iêmen e Bahrein.
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Exportadora Guanabara
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