São Paulo – A Ramax, exportadora especializada em carne halal, aquela que é própria para o consumo de muçulmanos, está expandindo seus negócios. Desde 2018, a marca vem trabalhando com serviços financeiros. “Expandimos bastante, tivemos crescimento. Começamos a operar com mais proteínas. Hoje nós temos, por exemplos, ovinos. Além disso, estamos diversificando com produtos e serviços de caráter financeiro, principalmente para pequenos e médios produtores do Brasil”, afirmou à ANBA o sócio diretor líbano-brasileiro, Rada Saleh (foto acima).
O novo serviço inclui operações feitas pela própria Ramax e outras feitas por parceiros do ramo financeiro e consiste principalmente em cartas de crédito e antecipação de recebíveis. Saleh explicou que se um frigorífico pequeno do Brasil que é parceiro da Ramax precisa de dinheiro para poder pagar um preço melhor no gado, a marca disponibiliza uma antecipação de recebíveis. Com o valor, o frigorífico garante o produto e a carne final sai mais em conta também para a Ramax.
“O pecuarista se beneficia porque recebe à vista, o frigorífico se beneficia porque consegue uma boa compra e nós, como trading, conseguimos uma carne de boa qualidade e em um preço interessante para operar nos mercados externos onde atuamos”, relatou ele.
Além dos fornecedores, quem também conta com a opção são os próprios clientes da Ramax que podem solicitar, por exemplo, uma carta de crédito. “Desde que começamos a oferecer esse serviço mais efetivamente, ele só tem se intensificado”, disse o executivo.
Mercados
Além de ter ampliado serviços e produtos, a trading também aumentou os mercados onde atua. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde já tinha um escritório, a marca passou também a abocanhar uma fatia do mercado consumidor. Outro novo mercado é a Líbia. “A regra para fazermos negócio é ter segurança financeira e política. Hoje fazemos negócios inclusive na Líbia. Nós buscamos a segurança do negócio bem antes do próprio negócio”, frisou o empresário.
Embora a maior parte das proteínas animais venha de fornecedores brasileiros, os ovinos são provenientes da Austrália, Nova Zelândia e chegam, principalmente, ao consumidor chinês. Saleh está baseado no Líbano e lá lidera as iniciativas para crescer no mundo árabe. Para ele, ter profissionais nos países para onde os produtos são exportados é um diferencial da Ramax. A estratégia é que a equipe acompanhe a logística do produto até o seu destino e avalie as tendências e demandas do mercado de cada país. Assim, a empresa consegue passar um feedback aos seus fornecedores e tornar o negócio mais assertivo. “Simples e eficiente”, declarou o sócio.
A marca tem equipes em locais como o Brasil, Paraguai, Estados Unidos e Hong Kong. O objetivo é ter diversidade de fornecedores e clientes. No plano da marca estão principalmente os mercados árabes e muçulmanos, inclusive a Síria, que Saleh espera que seja um mercado promissor conforme a reconstrução do país avançar. “Para nós o mercado halal é de suma importância. A população muçulmana é a que mais cresce no mundo e, como consomem halal, é o mercado que cresce, em média, 15% ao ano. Eu, estando aqui no Líbano, mostra que estamos apostando também na Síria. Quando as condições lá estiverem ideais, estamos prontos para atender esse mercado”, concluiu ele.