Alexandre Rocha
São Paulo – Até o final do ano, produtores e exportadores brasileiros de limão vão começar a prospectar o mercado dos países árabes em busca de oportunidades de negócios. A informação foi dada à ANBA pelo presidente da recém- criada Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Limão (Abpel), Waldyr Promícia.
"Estamos começando a associação, só conseguimos o nosso CGC há um mês. Mas vamos criar um comitê para a prospecção de mercados e definir uma agenda de trabalho. Será prioridade ainda esse ano prospectar esse mercado (o árabe), e outros também, como a Rússia e a China", disse Promícia.
Além de comandar a nova associação, Promícia também é diretor da Itacitrus, empresa pertencente à sua família, que produz, comercializa e exporta limões.
De acordo com ele, a companhia exporta semanalmente seis contêineres da fruta para oito países europeus, o que equivale a 120 toneladas de produção própria e de 400 parceiros. No mercado interno, de acordo com Promícia, a Itacitrus vende 90 toneladas por dia.
Apesar de nunca ter vendido para o Oriente Médio, o empresário acredita no potencial do mercado árabe.
"Nosso trabalho ainda está muito no início, mas temos interesse nesse mercado. Pelo que a gente ouve falar, de boca em boca, em feiras de negócios, é que os árabes são grandes consumidores de limão, pois o usam muito na culinária. Só que o limão usado por eles é aquele amarelo", disse.
Ele acha que o limão da variedade Taiti, produzido no Brasil, tem boas chances de vencer uma competição direta com frutas colhidas em outros países.
"A intenção é mostrar nosso produto e compará-lo. Quando as pessoas comparam o Taiti com outras variedades, percebem que o nosso tem sabor mais marcante, é mais cítrico e menos adocicado. Pelo menos os árabes que eu conheço – minha esposa é descendente de libaneses – preferem o Taiti", afirmou Promícia.
Ele diz que o trabalho de prospecção, e depois de fixação do produto em um novo mercado, é demorado, porém, vale a pena.
De acordo com dados preliminares fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), o Brasil produziu no ano passado algo em torno de 970 mil toneladas de limão. Quase 22 mil toneladas foram exportadas, o que equivale a mais de US$ 9,8 milhões.
O único país árabe que figurou entre os destinos dessa fruta foi o Marrocos, com apenas 19 quilos importados. No primeiro semestre de 2003, o Brasil já exportou mais de 18 mil toneladas de limão, no valor de US$ 8,51 milhões.