São Paulo – A exposição “Em Casa, no Brasil” foi inaugurada nesta terça-feira (18) no Sesc Campo Limpo, em São Paulo. Realizada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), a mostra tem parceria do Sesc SP e da ONG “Estou Refugiado”, que atua para facilitar a empregabilidade de pessoas refugiadas no Brasil. A exibição é feita dentro de uma unidade habitacional para campos de refugiados (foto acima), onde estão impressos depoimentos de 13 pessoas refugiadas no Brasil.
A casa provisória para pessoas em situação de refúgio é utilizada pelo Acnur em diversos campos no mundo e, no Brasil, em Roraima. Os depoimentos da exposição são de pessoas de nove países diferentes, incluindo a Síria. Os relatos narram o motivo pelo qual elas se sentem em casa em solo brasileiro. Para Ghazal Baranbo, de Damasco, a memória mais afetiva de sua terra natal é a visita dos parentes às sextas-feiras. Aos 37 anos, ela é refugiada no Brasil ao lado do marido e dos filhos. “Ver seus filhos crescendo felizes e com saúde é o que me faz sentir em casa, estando no Brasil”, diz em seu depoimento na exposição.
A mostra foi inaugurada para celebrar o encerramento do curso Refúgios Humanos, voltado para professoras e professores. O evento contou com a presença do Representante do Acnur no Brasil, Jose Egas. “O refúgio é uma ferramenta de proteção. Sejam formadoras de opinião e mostrem a realidade das pessoas de maneira empática. O refúgio é uma situação que pode acontecer com todos”, pediu Egas para as professoras presentes.
O representante da Acnur lembrou a importância de educar e trazer os alunos para conhecer a exposição e a realidade dos refugiados de perto. A mostra voltará ao Sesc Campo Limpo em setembro. A exposição será aberta ao público no dia 20 de junho, Dia Mundial do Refugiado, no Sesc Osasco, onde fica até 11 de julho. A mostra vai entrar em cartaz também no Rio de Janeiro, em 26 de junho, no Centro Cultural dos Correios, às 18h30.
As outras narrativas são de pessoas do Afeganistão, Colômbia, Cuba, Irã, Moçambique, Nigéria, República Democrática do Congo e Venezuela. Palavras como “paz”, “segurança”, “prosperidade” e “liberdade” são recorrentes, embora cada história traga diferentes traços culturais e características singulares que vão emocionar os visitantes.
A Unidade de Habitação para Refugiados (RHU, na sigla em inglês) é um abrigo com estrutura de aço leve, energia solar para carregar as lâmpadas e celulares, além de um inovador sistema de ancoragem e adaptação a diferentes condições climáticas. As estruturas podem abrigar cinco pessoas e estão presentes atualmente em seis abrigos temporários geridos pelo Acnur e parceiros em Boa Vista (Rondon 1, Rondon 2, Rondon 3, Jardim Floresta, Nova Canaã e São Vicente), com aproximadamente 600 unidades instaladas.
Serviço
Exposição “Em Casa, No Brasil”
São Paulo – Sesc Osasco
De 20/06 a 11/07
Avenida Sport Club Corinthians Paulista, 1300 – Jardim das Flores
Rio de Janeiro – Centro Cultural dos Correios
De 27/06 a 07/07
Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro