Isaura Daniel
São Paulo – A Carmen Steffens, indústria brasileira de calçados e bolsas femininas da cidade de Franca, interior de São Paulo, está começando a implementar um ousado projeto de internacionalização. A empresa pretende ter 350 franquias no exterior até o ano de 2020 e incluiu os países árabes no projeto.
A fábrica brasileira já possui cinco lojas franqueadas no exterior, em Portugal, México, Estados Unidos, Porto Rico e Paraguai. A meta, de acordo com o diretor da empresa, Mário Spaniol, porém, é ter 20 unidades fora do país já no próximo ano.
A entrada no Oriente Médio faz parte dos planos de expansão da indústria paulista. Serão inauguradas três franquias da marca na Arábia Saudita até a metade do próximo ano. Quem vai levar as lojas para a região, conforme antecipou a ANBA em matéria do dia 28 de maio, é a Naharat, empresa saudita que atua em comércio exterior e vai abrir espaços chamados Galeria Brasil com lojas exclusivamente brasileiras.
A primeira loja da Carmen Steffens dentro do projeto será inaugurada já em outubro, em Riad, capital da Arábia Saudita. A segunda será aberta em março de 2005 na cidade de Damman, e a terceira em Jeddah, no mês de agosto ou setembro.
O diretor da fábrica de Franca afirma que, depois da Arábia Saudita, o Kuwait e o Bahrein podem ser os próximos pontos de instalação na região. "São países fortes em renda e turismo", diz Spaniol.
Foi justamente o interesse dos turistas estrangeiros em viagem ao Brasil que chamou a atenção da empresa para o potencial que os produtos poderiam ter no exterior. "Os turistas entravam nas lojas e ficavam loucos", diz Spaniol.
Até agora, além da loja de Riad, estão acertadas para este ano inaugurações na Guatemala, El Salvador e Costa Rica. Para o ano que vem está prevista a abertura de lojas em Las Vegas, nos Estados Unidos, em Montreal, no Canadá, e em Porto, em Portugal.
De acordo com Spaniol, o objetivo da empresa é aproveitar que a moda brasileira está em alta e concorrer com as grifes italianas e francesas. "Nossos produtos são irreverentes e custam menos que os italianos", diz o diretor da Carmen Steffens.
No Brasil, a Carmen Steffens possui 75 lojas e é conhecida pelos calçados de design criativo e exclusivo. Botas, sandálias e escarpins bordados com paetês e missangas fazem parte da linha de sapatos fabricados. O público que compra os calçados normalmente pertence às classes A e B.
E o Brasil?
A empresa também tem planos de expansão para o mercado nacional, mas menos ousados. O objetivo é passar a 150 franquias até 2020. Hoje, as vendas no exterior representam apenas entre 3% e 4% dos negócios da companhia. A tendência, porém, é que, com a ampliação do número de lojas no exterior, elas possam ultrapassar a comercialização doméstica.
Para abrir uma franquia da marca é necessário investir entre US$ 150 mil e US$ 200 mil, de acordo com Spaniol. O valor inclui estoque, taxa de franquia e investimento em móveis e decoração.
A Carmen Steffens
A Carmen Steffens fabrica cerca de 1.500 pares de calçados e 300 bolsas ao dia. Além da indústria de calçados e acessórios, o grupo mantém um curtume, também na cidade Franca, com produção de couro que abastece a fábrica e terceiros.
Trabalham para o grupo 670 funcionários diretos e mais cerca de 800 indiretos na área de costura e bordado. A Carmen Steffens começou a funcionar em 1993 e é uma empresa familiar. Ela foi fundada pelo atual diretor, Mário Spaniol.
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