Geovana Pagel
São Paulo – "O primeiro dia de feira foi espetacular. Nunca vi tantos visitantes na abertura. Os empresários brasileiros já fizeram cerca de 500 novos contatos e alguns já fecharam os primeiros negócios", comemorou Michel Alaby, secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira(CCAB), organizadora do pavilhão brasileiro na Index, maior feira de móveis e decoração do Oriente Médio, que começou ontem (22) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Segundo Alaby, a fabricante de colchões Americanflex, de Ribeirão Preto (SP), já fechou um pedido de oito contêineres e a fabricante de mobiliário e decoração Antiqua, também de São Paulo, vendeu todos os móveis e objetos que estão expostos na feira.
De acordo com Alaby, a abertura oficial da Index, que ocupa todo o centro de exposições do World Trade Center de Dubai, maior pólo comercial dos Emirados Árabes Unidos, foi feita pelo príncipe de Dubai, Mohammed Al Maktoum. "Ele passou rapidamente pelo pavilhão brasileiro mas não teve tempo de conhecer tudo. Quem permaneceu o dia todo conosco foi o embaixador brasileiro nos Emirados, Flávio Sapha", ressaltou.
Participam da 14ª edição da Index cerca de 1,2 mil companhias de 50 origens diferentes, além de 26 estandes de países como o Brasil. No primeiro dia, contou Alaby, o maior número de visitantes foi de países como Índia, Catar, Paquistão, Arábia Saudita, Kuwait, Omã, Mauritânia e Emirados Árabes Unidos. "Do Catar eu atendi um grande empresário que está construindo um condomínio de 100 casas na cidade Doha e tem muito interesse nos móveis brasileiros. Ele ficou de voltar ao pavilhão até o final da feira", comentou o secretário.
Apesar da Index ser uma feira específica do setor de móveis e decoração, muitos empresários de outros setores circulam pelos estandes em busca de oportunidades. Foi o caso do presidente da Al Khallani Trading Company, Ziad Amr, que tem interesse em importar alimentos brasileiros como carne bovina, frango, soja e açúcar. "Ele quer abrir novos mercados e considera o Brasil um potencial parceiro", afirmou.
A feira vai até domingo. A organização do pavilhão brasileiro também tem o apoio da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex).
Três áreas principais
A exemplo de edições anteriores, a Index está dividida em três áreas principais. Uma delas é a Arab Shop Index, que inclui mobília comercial, projetos completos para lojistas, merchandising, design e ambientes temáticos. Há também a Textiles Index, com tecidos em geral, estofamentos, tecidos para mobília, cama, mesa e banho, e a Furniture Production Index, com máquinas para a produção de móveis e decoração, além de produtos semi-manufaturados.
A indústria nacional
A indústria brasileira de móveis é formada por mais de 16 mil micro, pequenas e médias empresas, que geram mais de 195 mil empregos.
Estas empresas estão localizadas em sua maioria na região centro-sul do país, constituindo pólos moveleiros em alguns estados, a exemplo de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul; São Bento do Sul, em Santa Catarina; Arapongas, no Paraná; Mirassol,Votuporanga e São Paulo, em São Paulo; Ubá, em Minas Gerais, e Linhares, no Espírito Santo.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), em 2003 o setor vendeu ao exterior US$ 661,56 milhões, 25% a mais que em 2002. Este ano a meta é alcançar US$ 860 milhões, um crescimento de 30%.

