Geovana Pagel
São Paulo – Dez pequenas e médias empresas fabricantes de utilidades domésticas em aço inox, oito gaúchas e duas paulistas, formaram um grupo com o objetivo de, juntas, prospectarem novos mercados e aumentarem as vendas externas. O grupo faz parte do projeto Sebraexport Multissetorial, coordenado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul (Sebrae/RS). Foi organizado em janeiro de 2003, após o Sebrae ter sido procurado pela Acesita, maior fabricante de aços inoxidáveis da América Latina.
De lá para cá, já foram realizadas ações de diagnóstico, formatação de uma marca para o grupo (Brazilian Stainless Steel Housewares), plano estratégico individual de exportação e treinamentos.
O também chamado de Grupo do Aço Inox conta com o apoio da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex) e e da Associação Brasileira das Indústrias de Cutelaria, Talheres, Utilidades Domésticas, Hospitalares e Similares (Abitac). A produção das empresas abrange talheres, bandejas, baixelas, panelas e artigos também de ferro e plástico.
Em setembro do ano passado, dez indústrias participaram da primeira ação efetiva de prospecção no México, com a execução do Projeto Vendedor. Apesar da pouca presença externa, as empresas já fecharam um contrato de US$ 120 mil com os mexicanos, com expectativa de alcançar vendas de US$ 3,24 milhões em um ano.
Em dezembro, sete empresas integraram a missão da Apex para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde foram realizados diversos contatos que poderão render até US$ 700 mil ao longo de 2004. De acordo com a coordenadora do Projeto Sebraexport Multissetorial, Cíntia Pitrez Machado, os três representantes do grupo que viajaram para os Emirados ficaram surpresos com o potencial da região.
“A missão serviu para desmistificar a idéia de que a diferença cultural entre os países poderia atrapalhar os negócios. Era um mercado que dificilmente iríamos pensar em trabalhar”, explica. “Nossa meta para 2004 é encontrar um representante local que possa dar continuidade ao trabalho iniciado em dezembro”, garante.
Já em fevereiro deste ano, sete fábricas do subgrupo aço inox participaram de uma missão de prospecção de mercados na América Central e Caribe. “A visita teve como objetivo buscar informações de mercado, preço de custo e de venda no varejo, adequação de produtos, logística e impostos”, destaca a coordenadora.
“O resultado foi tão positivo que na primeira semana, de volta ao Brasil, já recebemos um pedido de um contêiner de 40 peças. Foi uma venda consolidada que beneficiou quatro empresas”, conta.
A escolha da América Central foi decidida pelos representantes das empresas. "O Rio Grande do Sul exporta hoje US$ 2.529.913,00 desses artigos para esses países e acreditamos ter um excelente potencial para os produtos das empresas participantes do Sebraexport", diz Cíntia.
Os principais parceiros comerciais das sete empresas são os países do Mercosul.Segundo a coordenadora, com a crise na Argentina, que se refletiu na região, algumas empresas do grupo quase pararam de exportar. Com isso, Cíntia diz que a meta agora é diversificar compradores, evitando que qualquer dificuldade em um país específico prejudique o desempenho das indústrias. Para este ano também estão previstas novas ações para o Mercosul, Estados Unidos e África.
O grupo
As empresas que formam o Brazilian Stainless Steel Housewares estão localizadas na serra gaúcha, nas cidades de Caxias do Sul, Gramado, Garibaldi e em São Paulo. Este é o primeiro projeto que o Sebrae/RS realiza com empresas gaúchas e paulistas, pois a maioria das empresas deste setor encontra-se no Rio Grande do Sul.
Juntas, as empresas empregam mais de mil pessoas e faturam anualmente cerca de R$ 110 milhões. As exportações totais alcançaram US$ 3,2 milhões no ano passado, atendendo principalmente à América do Sul e Central.
Com a formação do grupo, a estimativa é de que as vendas externas cheguem a US$ 6,45 milhões até o final de 2005.
Contato
Telefone: 55 (51) 3216.5000
E-mail: sebraexport@sebrae-rs.com.br

