São Paulo – Com vendas que atingem 18 dos 22 países árabes, a Fanem, fabricante de equipamentos hospitalares com foco em aparelhos neonatais, inaugurou em janeiro um escritório na Jordânia para alavancar suas vendas para a região. Hoje, os países do Oriente Médio e Norte da África recebem 35% das exportações da empresa e, com a nova base, a meta é chegar a 45%.
"Só em janeiro vendemos quase US$ 2 milhões, somente para o mundo árabe", conta Marlene Schmidt, diretora-executiva da empresa. Atualmente, o maior mercado externo da Fanem é a América Latina, mas a empresária acredita que os árabes devem alcançar a primeira posição este ano. Para se ter uma idéia de como 2011 está indo rápido no comércio com os árabes, durante os 12 meses de 2010 as vendas para a região somaram US$ 5 milhões. O maior comprador árabe da empresa é o Marrocos, seguido de Iraque e Arábia Saudita.
O escritório na Jordânia terá duas funções principais: elevar as vendas aos árabes e oferecer suporte técnico aos clientes da região. “Vamos mandar alguns equipamentos para facilitar a distribuição para outros países”, diz Marlene. Ela conta que um dos funcionários do escritório local é um engenheiro que irá realizar instalações, treinamentos, consertos e serviços de manutenção em geral. “Haverá peças para atendimento imediato”, explica.
Para aumentar as vendas dos representantes que a empresa mantém no Oriente Médio, Norte da África e Ásia, a empresa conta com um trader no escritório jordaniano. Somente nos países árabes, a Fanem tem representantes na Síria, Líbano, Palestina, Iraque, Omã, Iêmen, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Sudão, Marrocos, Argélia, Egito, Líbia, Kuwait, Bahrein, Catar, Jordânia e Tunísia.
Entre os principais produtos vendidos aos árabes estão incubadoras, berços aquecidos, equipamentos de fototerapia, berços comuns e incubadoras de transporte. A Fanem também fabrica produtos sob licença para outros países, com a marca própria do cliente. Entre os países com este tipo de demanda estão o Egito e os Estados Unidos, entre outros.
Depois do escritório, a fábrica
No Brasil, a empresa mantém sua sede administrativa em São Paulo e a fábrica em Guarulhos. Em abril, ela irá inaugurar sua segunda unidade industrial, que ficará na Índia, país no qual mantém um escritório desde 2009. Quando perguntada se o escritório na Jordânia também é o primeiro passo para a abertura de uma fábrica no país, Marlene afirma que sim, esclarecendo que ainda é necessário um tempo para estudos de mercado.
A Fanem existe desde 1924, e foi criada pelo avô de Marlene, que se orgulha de manter uma empresa familiar em uma posição de destaque no Brasil e no mercado internacional. A companhia detém 85% do mercado brasileiro, chegando a 98% de participação no mercado de São Paulo. “O Brasil está crescendo, nós somos procurados e até copiados”, diz.
Ela diz que a concorrência no mercado internacional é grande e fala sobre o trabalho para manter-se nos países árabes. “Para enfrentar um mercado tão exigente quanto o árabe, estamos trabalhando em dois aspectos principais: qualidade e baixo custo. Também entregamos o equipamento completo, com tudo”, destaca.
Outros pontos fortes da Fanem que Marlene faz questão de destacar são o design e a inovação. Ela conta que todos os produtos de sua empresa são patenteados. Entre os 300 funcionários que a empresa possui no Brasil, 10 são engenheiros dedicados à área de pesquisa e desenvolvimento.
A exportação ao mundo árabe teve início em 1998, para um cliente da Arábia Saudita que visitou o estande da Fanem na feira Hospitalar, em São Paulo. E é nesta mesma feira que, entre os dias 24 a 27 de maio deste ano, a empresa vai montar seu espaço todo em homenagem ao mundo árabe. Desde a decoração até a apresentação de bailarinas de dança do ventre. Tudo em comemoração ao novo escritório. Segundo Marlene, ela irá convidar o cônsul da Jordânia para visitar seu estande no evento.
Por falar em eventos, durante a participação na Arab Health deste ano, feira que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes e da qual participa desde 2002, a Fanem premiou seus principais distribuidores na região em categorias como distribuidor do ano; parceiro, melhor performance e amizade.
Exportação premiada
Além de premiar, a Fanem também é uma empresa premiada. No mês passado recebeu, pela segunda vez, o prêmio Exporta São Paulo, oferecido pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), a Associação Comercial de São Paulo e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), por seu alto volume de exportação, além de sua crescente atuação internacional. Em 2009, a empresa também venceu o Prêmio Apex Brasil de Excelência em Exportação na categoria Abertura de Novos Mercados.
Hoje, a Fanem produz quatro mil incubadoras por ano. Além dos produtos neonatais, a empresa ainda fabrica refrigeradores, centrifugas, autoclaves, entre outros equipamentos para uso em laboratórios. Do total da produção, 50% vai para o mercado externo.
Além de fabricar, a empresa também ajuda a educar os profissionais que trabalharão com seus produtos. No showroom que mantém em sua sede, a Fanem recebe alunas de enfermagem de escolas e hospitais, em uma média de três mil alunas por ano.

