São Paulo – Países da América Latina, sobretudo o Brasil, têm evoluído no combate à fome, mas, em nações da África, a insegurança alimentar continua a crescer e é dever do G20 buscar soluções para a fome, afirmou nesta quinta-feira (12) o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Qu Dongyu. Ele participou da abertura oficial do encontro do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20, realizado na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso.
Em seu discurso, Dongyu lembrou que um dos principais valores do G20 – grupo das maiores economias do mundo – é servir como uma arena de coordenação política entre as maiores economias globais. Observou, porém, que o mundo ainda está distante de atingir o estado de “fome zero” determinado pelas metas de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas. “Precisamos intensificar a assistência alimentar enquanto se desenvolvem e implementam estratégias que protejam o meio ambiente e gerem rendas justas aos produtores rurais”, disse.
Conflitos ampliam desafio no combate à fome
A FAO indicou como retrocessos e desafios no combate à fome os 25 milhões de pessoas que sofrem insegurança alimentar no Sudão em razão de conflitos, assim como os 2,2 milhões de pessoas na Faixa de Gaza que precisam de comida e assistência para sua sobrevivência. A instituição citou, ainda, os cerca de um milhão de pessoas que estão diante da emergência alimentar em cada um desses países: Afeganistão, República Democrática do Congo, Mianmar, Sudão do Sul, Haiti e Nigéria. “Não podemos falhar com eles”, disse Dongyu.
Após dois dias de trabalhos preparatórios, o Grupo de Trabalho da Agricultura do G20 foi oficialmente aberto nesta quinta-feira (12) com a presença, além de Dongyu, dos ministros brasileiros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. Em novembro, a reunião de cúpula do G20 irá reunir no Rio de Janeiro as principais lideranças globais.
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