São Paulo – A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) informou nesta quinta-feira que a falta de água é um dos temas mais urgentes ligados à segurança alimentar no Oriente Médio e Norte da África. Segundo a agência da ONU, a disponibilidade de água doce por habitante na região caiu dois terços em 40 anos e poderá ser reduzida em mais 50% até 2050.
De acordo com a FAO, a desnutrição crônica atinge 11,2% da população da região, ao passo que o crescimento populacional avança em média 2% ao ano, o dobro da taxa mundial. As atividades agrícolas consomem mais de 85% dos recursos hídricos regionais, o que tende a se agravar com o aumento do número de habitantes.
A agricultura é importante não só sob o ponto de vista da alimentação, mas também para a economia. Segundo comunicado da FAO, o representante da entidade para o Oriente Médio e Norte da África, Abdessalam Ould Ahmed, disse que a atividade representa US$ 95 bilhões para as economias da região.
Estas questões serão debatidas na 32ª Conferência Regional da FAO para o Oriente Médio e Norte da África, que será realizada de 24 a 28 de fevereiro em Roma, onde fica a sede da agência. O tema do encontro é Por uma região resiliente e com segurança alimentar.
Entre os temas a serem debatidos estão a perda de alimentos e os resíduos produzidos ao longo da cadeia produtiva, aumento da igualdade de gênero e políticas para a melhoria da agricultura e o desenvolvimento rural.
Faz parte da pauta também a Iniciativa Regional sobre a Escassez de Água, criada pela FAO para buscar soluções sustentáveis para o problema. Segundo a agência, foi lançado um projeto piloto no ano passado no Egito, Jordânia, Marrocos, Omã, Tunísia e Iêmen, com o objetivo de verificar a disponibilidade de água e o potencial de produção agrícola nesses países.

