São Paulo – Em 2011, as empresas do ramo de Turismo no Brasil faturaram R$ 50,9 bilhões, um aumento de 18,3% em relação a 2010. Com isso, o otimismo dos empresários da área também disparou: 87% esperam uma expansão dos negócios para 2012. É o que mostra a Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo (Pacet), realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) sob encomenda do Ministério do Turismo e divulgada nesta segunda-feira (20).
“A maior parte do turismo no Brasil é de negócios”, explica Leonardo Vasconcelos, coordenador-técnico da Pacet na FGV. Ele destaca que 80% do turismo no País é doméstico e 20% é internacional. Segundo Vasconcelos, como a maioria dos visitantes que o Brasil recebe de fora é de países da região, que não são muito populosos, o número de estrangeiros acaba não sendo tão expressivo.
O otimismo dos empresários do setor, no entanto, baseia-se tanto em fatores internos quanto externos. “Há um aumento na intenção de viagem dos brasileiros. Há famílias de classe média que, depois de adquirirem outros produtos, começam a sonhar com viagens”, diz Vasconcelos. “Na questão internacional, a imagem do Brasil está muito favorável lá fora, por causa da Copa [de 2014] e também das notícias da mídia sobre o País, que têm sido mais favoráveis que nos últimos anos”, ressalta.
Segundo dados do Boletim de Desempenho Econômico do Turismo, também desenvolvido pela FVG para o Ministério do Turismo, as boas expectativas do empresariado para 2012 parecem já estar se concretizando, uma vez que o faturamento do setor no primeiro semestre deste ano foi 10% maior do que no mesmo período de 2011.
Mesmo a crise internacional não afetou fortemente as viagens no País. Em 2011, houve aumento de 14% nos desembarques internacionais no Brasil e de 16% nos desembarques domésticos em relação a 2010. “As pessoas passaram a escolher o turismo doméstico em detrimento do internacional”, aponta Vasconcelos.
Sobre a pesquisa
A Pacet foi realizada com as 80 maiores empresas de nove segmentos do setor: agências de viagens, locadoras de automóveis, meios de hospedagem, operadoras de turismo, organizadoras de eventos, promotores de feiras, transporte aéreo, transporte rodoviário e turismo receptivo.
O segmento de turismo receptivo apresentou maior crescimento médio de faturamento, 33,5%. Em seguida ficaram os setores de hospedagem (22,2%), agências de viagens (19,5%) e transporte aéreo (18,2%).

