São Paulo – A Fazenda Barinas, localizada em Araxá, Minas Gerais, é um exemplo de sucesso na produção de cafés especiais. A propriedade centenária da família Castro Alves trabalha com cafés especiais desde 2013 e iniciou os embarques internacionais no ano seguinte.
À frente da produção está Tiago Alves (foto acima), representante da família Castro Alves. Tiago recebeu na semana passada um grupo de jornalistas, que viajou a convite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
“Fomos pioneiros aqui na região do Cerrado Mineiro”, disse Tiago.
Em 2023, a fazenda produziu 6.700 sacas de café arábica em seus 175 hectares. Para 2024, a meta é produzir 12 mil sacas.
Cerca de 80% da produção é exportada para países como Japão, Coreia do Sul, Alemanha, Polônia, Estados Unidos, Romênia, entre outros. Entre os cafés especiais, são produzidas variedades como Bourbon amarelo, Topázio, Guará, Arara, Acauã e Geisha.
Já foram enviadas cerca de 10 sacas do café especial da Barinas para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, das variedades Topázio e Bourbon amarelo. Tiago espera expandir os negócios no Oriente Médio, mas reconhece que precisa conhecer melhor o mercado.
A fazenda comercializa somente o café verde. Uma saca de 60 kg de café especial vale por volta de R$ 1.600, informou Tiago. O café especial é seco ao sol em terreiro de concreto, em um processo que leva de 15 a 20 dias. Já o café comum ou commodity é seco em máquinas de secagem em cerca de 20 horas.
A maior parte das terras – 500 hectares – é utilizada para a produção de soja, milho, feijão e batata. Dois hectares são para a produção de uvas viníferas que acabaram de ser plantadas e devem produzir os primeiros frutos em cerca de dois anos. As variedades são Shiraz, Marselan, Cabernet Franc e Sauvignon Blanc. Além da futura produção de vinhos, a fazenda também conta com produção própria de mel, leite, queijos, doce de leite e envelhece cachaça.
A fazenda recebe visitas e pretende ter uma pousada para receber famílias nos fins de semana.
Sustentável
Segundo Tiago, a fazenda é autossustentável e conta com três usinas de energia solar, utiliza sistema de irrigação por gotejamento nos cafezais e introduziu a apicultura no sistema cafeeiro para ajudar a reduzir a adubação química. Há também um rodízio de leguminosas nas ruas do cafezal, com diferentes tipos de sementes para ajudar a combater pragas, proteger o solo de erosão e criar uma camada fértil.
Os cafés especiais da Barinas possuem a indicação geográfica da Região do Cerrado Mineiro e a fazenda tem certificações nas áreas de gestão, social e de práticas agrícolas e ambientais. A Barinas não faz parte de associação ou cooperativa e conta com equipamento próprio para a secagem, seleção, armazenagem e transporte do café até o Porto de Santos.
A reportagem da ANBA viajou a convite da CNA.
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