Da redação
São Paulo – A 8.ª edição da Dubai Air Show terminou na semana passada com um saldo de US$ 6 bilhões em negócios já fechados, informaram ao jornal árabe Khaleej Times os organizadores do evento. Os maiores contratos vieram da Emirates Airline, empresa aérea dos Emirados Árabes Unidos, país que sediou a feira, e da Qatar Airways.
A Emirates, que é considerada umas das companhias aéreas mais lucrativas do mundo, assinou um acordo de US$ 1,5 bilhão para a compra de motores para os 23 novos Airbus que adquiriu em junho deste ano, numa feira de aviação em Paris. A empresa também anunciou planos de construir um local de testes de motores para jatos em Dubai, avaliado em US$ 45 milhões, e de lançar um novo programa de simulação para treinos em helicópteros.
A Qatar Airways comprou quatro Airbus durante a feira, um contrato no valor de US$ 3 bilhões, segundo o jornal. Os negócios animaram os organizadores e, no final da exposição, o príncipe de Dubai e ministro da Defesa dos Emirados, xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum, disse que o Airport Expo Dubai – local que abriga a feira desde sua primeira edição – vai ser ampliado. A meta é dobrar o tamanho do espaço.
O Airport Expo foi construído em 1999 pelo governo de Dubai especialmente para sediar a feira. "Vamos dobrar o tamanho do local porque há muita demanda e precisamos estar prontos para o futuro", disse o xeque. O crescimento da demanda já foi sentido neste ano, quando o espaço ocupado pelos expositores foi 12% maior do que o utilizado na edição anterior.
Segundo Al Maktoum, as obras de ampliação serão concluídas até 2005, quando ocorre a 9.ª edição da Dubai Air Show – a feira é realizada a cada dois anos. A exposição está programada para 20 a 24 de novembro. Neste ano, aconteceu de 7 a 11 de dezembro, e coincidiu com a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país e com a Semana do Brasil em Dubai.
A Dubai Air Show 2003 recebeu 550 expositores, de 36 países. Foram exibidas 85 aeronaves durante a feira, número recorde para o evento, que pela primeira vez contou com a presença de empresas da Jordânia e da Ucrânia. A Embraer também participou. A empresa foi contatada pela ANBA, mas até o fechamento desta matéria não havia informado os resultados da feira.
Airbus e Boeing
Os números da Dubai Air Show 2003 confirmam a expansão do mercado de aviação no Oriente Médio, enquanto em boa parte dos países o setor está encolhendo. Com isso, grandes fabricantes mundiais direcionam suas apostas para a região e vêm fechando negócios.
Na semana passada, a Airbus anunciou que recebeu pedidos no valor de US$ 19,6 bilhões para entregar 71 aeronaves no Oriente Médio apenas neste ano. Até 2018, a companhia estima que as empresas aéreas da região desembolsarão pelo menos US$ 50 bilhões para comprar 620 aviões.
Segundo informou à agência de notícias dos Emirados Emirates News Agency o gerente regional de imprensa da Airbus, David Vellupillai, a empresa espera abocanhar pelo menos metade desse mercado. Ele disse que o setor de aviação do Oriente Médio deve crescer entre 6% e 7% acima da média mundial.
Em relação às 71 aeronaves vendidas pela companhia neste ano à região, Vellupillai informou que os principais compradores foram a Emirates airline, Qatar Airways, Egypt Air e a Air Algerie.
A Boeing teve um desempenho superior e vendeu ao Oriente Médio um total de US$ 29,5 bilhões neste ano – a empresa responde por 55% do mercado da região. Além disso, a unidade de sistemas de defesa da companhia, Boeing Integrated Defence Systems, planeja vender aos países árabes pelo menos US$ 10 bilhões até 2008.
A projeção se baseia em dados que mostram o aumento da procura por sistemas de segurança no setor aéreo, especialmente em aeroportos. "Os negócios de suporte ao setor aeroespacial têm muito potencial nessa região", afirmou ao jornal Gulf News o vice-presidente da Boeing para o Oriente Médio e a África, Mark Kronenberg.