Da redação
São Paulo – O setor têxtil é a segunda maior indústria do Oriente Médio – perde apenas para o petrolífero. Estudos locais mostram que a demanda por tecidos, roupas e outros produtos do gênero na região chega a US$ 11,4 bilhões. Para atender à procura, a edição deste ano da Motexha Spring, uma das principais feiras do segmento no mundo árabe ocupará um espaço 40% maior do que o de 2003.
O crescimento também é atribuído à "importância" que a indústria têxtil do Oriente Médio vem ganhando, afirmou o jornal árabe Khaleej Times, em sua edição de ontem (10). "O aumento de 40% mostra o reconhecimento de expositores e compradores de que a feira é um importante fórum business-to-business, capaz de dar retorno", afirmou ao diário Geoffrey Booy, diretor da IIR Exhibitions, empresa que organiza a Motexha.
A exposição, que acontece de 19 a 22 de abril em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, deve contar com a participação de mais de 250 empresas de 20 países – entre elas, duas brasileiras, a Claudina Calçados, de Jaú, interior de São Paulo, e a Malharia Cristina, de Blumenau, Santa Catarina.
Além do aumento de tamanho, a feira deste ano também trará novidades, como o pavilhão KidZon, que reunirá produtos para crianças e bebês. Outro destaque da exposição será o Eurotrendz, seção que apresentará as últimas coleções de moda vindas da Europa.
Zona franca
O crescimento da Motexha, feira que é realizada há 26 anos no Oriente Médio, ocorre quando o governo de Dubai também toma medidas para incentivar a indústria. Está sendo criada, por exemplo, uma zona franca para o setor, a Dubai Textile City, nos moldes de outras zonas francas que já existem no emirado, como a Internet City. O objetivo da Dubai Textile, que já consumiu investimentos de US$ 54 milhões, é fazer do emirado um centro exportador de produtos têxteis para a Ásia, a Europa e os Estados Unidos. Os bens que passarem pela zona franca serão isentos de taxas de importação.
Além disso, de acordo com números do Ministério da Economia e Comércio dos Emirados Árabes, as cotas de exportação de roupas do país para os EUA aumentaram em 10% no ano passado. Isso vai permitir que empresários ampliem suas vendas para o mercado norte-americano, que já compra 70% de todos as manufaturas têxteis embarcadas pelos Emirados.
Exportações brasileiras
O Brasil ainda vende poucos produtos têxteis para o Oriente Médio. Em 2003, do US$ 1,7 bilhão exportado pelo setor, apenas US$ 15 milhões – menos de 1% do total – foi embarcado para a região, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit). Houve, porém, crescimento de mais de 80% em relação ao ano anterior, quando o volume embarcado havia ficado em US$ 8,2 milhões.
Os maiores importadores do Brasil na região são Líbano, Arábia Saudita e Emirados Árabes. Mas o país também exporta para Bahrein, Catar, Iêmen, Jordânia, Kuwait e Omã.
Serviço
Mais informações sobre a Motexha podem ser obtidas no site www.motexhaonline.com.

