São Paulo – Os livros infantis brasileiros receberam as principais atenções de editoras estrangeiras na 13ª Conferência de Editores realizada em Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos, entre 29 e 31 de outubro, antes do início da 42ª Feira Internacional do Livro de Sharjah, que, por sua vez, se encerrará no próximo domingo (12). A participação de editoras brasileiras (na imagem acima) na Conferência dos Editores foi parte das ações do projeto Brazilian Publishers, uma parceria entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
De acordo com a coordenadora de Relações Internacionais da Câmara Brasileira do Livro, Rayanna Pereira, as empresas brasileiras que participaram do encontro realizaram negócios, mas o valor total ainda será apurado. Ela disse que os livros de literatura contemporânea têm apelo com editores da região, a exemplo do que ocorre em outros eventos globais, porque a literatura brasileira causa “fascínio” nos leitores estrangeiros. Já os livros infantis, disse, têm atraído o interesse dos estrangeiros em razão das histórias e do trabalho dos ilustradores.
Um outro motivo também gera apelo por esses livros: “Eles começam o apelo do livro pelas crianças. Vi muitos estandes de literatura infantil sendo montados para a feira. Acho que é uma estratégia para ter mais leitores adultos lá na frente. Estão tentando mudar [o interesse pelo livro] na infância. Então, talvez por isso eles tenham o interesse maior em literatura infantil. E o Brasil tem nomes incríveis na literatura infantil. Não só autores, mas também ilustradores também incríveis. Por onde a gente vai, a gente percebe que o Brasil tem essa demanda de livro infantil”, disse Rayanna.
De uma forma geral, diz Rayanna, o conhecimento dos estrangeiros sobre o setor editorial brasileiro é amplo, e isso se repetiu entre aqueles que participaram da mostra em Sharjah. “Eles conhecem o Prêmio Jabuti, sabem quem foram os vencedores. Eles têm interesse na literatura contemporânea, mas estão publicando e buscando mais por livros infantis”, diz. O Jabuti é um dos principais prêmios do mercado editorial brasileiro.
Por meio do projeto Brazilian Publishers, participaram da feira as editoras Dublinense, Tabla, Rua do Sabão, Roça Nova, Telos, Carambaia e Aleph, a agente literária Juliana Farias e Rayanna. Além dos dois dias de rodadas de negócios, a participação brasileira no evento compreendeu uma visita à House of Wisdom, que é um polo cultural de Sharjah, e a participação em palestras. Rayanna afirmou, ainda, que a Feira de Sharjah tem um apelo muito forte entre empresas dos países do Golfo. Já a conferência reuniu representantes de diversos lugares, entre China, Turquia, Japão, Europa e América Latina.