São Paulo – A Feira Internacional de Cartum começou ontem (02) no Sudão e conta com a participação de três empresas brasileiras: a Grendene, de calçados; a Cotrimex, de material de construção; e a Serlac Trading, de produtos lácteos. As companhias estão no estande organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que participa da mostra multissetorial pela quarta vez.
Além dos representantes das empresas brasileiras, estão no estande o analista de Desenvolvimento de Mercado da Câmara Árabe, Rafael Abdulmassih, e o assistente de Comércio Exterior Hans Lazarte Lima, que vão dar suporte às companhias e ajudarão a divulgar o mercado brasileiro. Catálogos e material promocional de outras cinco empresas nacionais também vão estar expostos no estande, como da Imbil, de bombas para usinas de álcool e destilaria; Drucklager e Biagio Turbos, de auto-peças; Madesa, de móveis; e Civemasa, de componentes agrícolas.
“A feira é um grande ponto de encontro entre empresas sudanesas e de vários outros países que têm interesse no intercâmbio comercial com o Sudão”, afirmou o gerente de Desenvolvimento de Mercado da Câmara Árabe, Rodrigo Solano. Segundo ele, o Sudão apresenta um grande potencial de produção agrícola e tem buscado investimentos brasileiros, a exemplo da empresa Kenana, maior indústria de açúcar do país árabe. “Há muitas oportunidades para empresas fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas”, disse.
De acordo com Solano, embora o país árabe possua recursos naturais de sobra para a plantação, o Sudão busca desenvolver seu parque industrial para beneficiar matérias-primas e transformá-las em bens de consumo para o mercado varejista. Entre os principais produtos brasileiros exportados para o Sudão estão os maquinários, principalmente do setor agrícola. No ano passado, as exportações brasileiras do setor somaram US$ 20,5 milhões, o que representou um aumento de 77,15% em relação a 2007.
“O setor de alimentos do Sudão ainda não está num nível de desenvolvimento para atender toda demanda da população, por isso o país importa quantidades significativas de alimentos”, disse Solano. O setor de laticínios, por exemplo, ocupa hoje o segundo lugar da pauta de exportações brasileiras para o Sudão, sendo que há dois anos o país não exportava produtos lácteos ao país árabe. No ano passado, o Brasil exportou US$ 14,15 milhões de leite e derivados ao Sudão, o que representou um aumento de mais de 150% em relação a 2007.
O estabelecimento de parcerias também é, segundo Solano, uma estratégia para as empresas brasileiras atingirem o mercado sudanês e outros mercados africanos. O gerente da Câmara Árabe, afirmou ainda que a proximidade do país árabe com outros mercados, que possuem um grande número de consumidores, pode ser considerada um fator de atração para empresas estrangeiras. “Os incentivos dados pelo governo sudanês visam ter o país como base de operações para empresas na região, que já vêm investindo em infraestrutura e outros serviços”, acrescentou. A feira segue até sábado (07).