São Paulo – Começa nesta segunda-feira (23), em Argel, a 10ª edição da Djazagro, feira do setor de alimentos e, neste ano, também de máquinas agrícolas. Cinco empresas brasileiras, além da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), irão participar do evento com apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e da Embaixada do Brasil em Argel. A feira acaba na quinta-feira (26).
De acordo com a executiva de negócios internacionais da Câmara Árabe, Júlia da Paz, esta feira é uma oportunidade para os fabricantes e traders de alimentos aumentarem suas vendas para o país, que já um grande cliente de commodities brasileiras como soja e carne.
Segundo o diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio, o setor de carnes enfrentou uma forte concorrência da Índia nos últimos anos, mas neste primeiro trimestre já exportou para a Argélia 102% a mais do que no mesmo período do ano passado. A associação irá para o país, agora, para reforçar a imagem de qualidade da carne brasileira e mostrar que os produtores brasileiros seguem os preceitos do corte halal e atendem às exigências sanitárias.
"Como voltamos a vender um volume maior e a conquistar o mercado, queremos fazer contato com os importadores. Também teremos reuniões com funcionários do serviço sanitário e iremos mostrar as nossas garantias", afirmou Sampaio.
Os fabricantes de máquinas e implementos agrícolas também poderão se beneficiar do evento, diz Paz, porque o governo local está investindo no aumento da produtividade da sua lavoura e na infraestrutura dos seus portos. "Eles têm projetos de infraestrutura, estão fazendo obras nos portos para aumentar o espaço de armazenamento dos produtos. Também estão comprando máquinas para melhorar o trabalho na lavoura. Isso abre oportunidades para os brasileiros".
Irão participar da Djazagro as fabricantes de máquinas e implementos agrícolas Baldan e Kepler Weber, além das tradings de alimentos Columbia e Pankommerz, a produtora de carnes Minerva e a Abiec.
Paz acredita que o evento poderá gerar oportunidades de negócios tanto para as alimentícias quanto para as empresas de máquinas. "O Brasil pode atendê-los bem nos dois setores. Existe uma vontade de fazer negócios, nós temos o que eles querem e eles têm valorizado muito o fato de o Brasil ser uma economia forte, de ter se tornado a sexta maior economia do mundo".
O CEO da Câmara Árabe, Michel Alaby, estará na Argélia e na Tunísia para assinar acordos de promoção de exportações entre o Brasil e estes países e também visitará a Djazagro. "A feira terá dois setores em que o Brasil é competitivo e nos quais pode fornecer produtos aos empresários argelinos", disse.
Além de participar da feira, as companhias brasileiras terão uma agenda paralela, que, segundo Paz, também pode resultar em contratos. Em uma das visitas que farão no país, as tradings visitarão executivos do grupo Cevital, dono de uma rede de supermercados que está em expansão.
As exportações brasileiras para a Argélia somaram US$ 1,493 bilhão em 2011, um crescimento de 78% em relação a 2010. Entre os principais produtos exportados pelo Brasil no período estão açúcar, óleo de soja, milho em grão, açúcar de cana bruto, carnes e fumo.