São Paulo – Seis empresas brasileiras do setor de construção irão apresentar seus produtos na maior feira do ramo do Oriente Médio, a Big 5, que será realizada de segunda (23) até quinta-feira (26) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. As empresas irão expor no estande do Brasil organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
Irão participar da mostra deste ano a Deca, que fabrica metais sanitários e louças; Tramontina, com sua linha de pias e cubas; Rohden, de portas; Pettrus, de pedras para revestimento; Poliex, de mármores; e Itagres, de revestimentos cerâmicos. O estande brasileiro ficará no pavilhão de pedras e revestimentos da mostra.
De acordo com o diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, a mostra é uma oportunidade de apresentar os produtos e disputar o concorrido e promissor mercado do Oriente Médio e da Ásia. “Eles têm se recuperado (da crise que atingiu Dubai a partir de 2008), e têm grandes projetos, sem esquecer a Expo 2020 (feira mundial que atrai milhões de visitantes).Eles precisam de mais materiais para atender a demanda”, afirma Alaby. Ele também observa que a feira recebe visitantes de diversos países árabes e também de não árabes do Oriente Médio e da Ásia, como Irã, Paquistão, Afeganistão e ex-repúblicas soviéticas.
Coordenador de Promoção de Negócios da Apex-Brasil, Rafael Prado afirma que a participação brasileira na mostra é resultado de uma parceria “exitosa” entre a Apex-Brasil e a Câmara Árabe. Por meio dela, são realizadas ações que promovem as exportações brasileiras nos países árabes. A Big 5 é uma destas ações.
“A Big 5 está retomando seu fôlego ano a ano. Houve a crise, que resultou em quedas nas vendas. A partir de 2010, começou a retomar o fôlego”, diz. “Este ano manteremos a expectativa de realizar US$ 5,75 milhões em negócios em decorrência da feira, como no ano passado”. Esse é o valor de negócios que devem ser realizados em até 12 meses a partir de contatos na mostra. No ano passado, oito empresas participaram. Neste ano, serão seis.
Prado avalia que o petróleo barato, que é a principal fonte de receita dos países do Golfo, não deverá afetar os investimentos da região até 2018. Ele observa que o câmbio favorável ao exportador aumenta os custos de uma empresa para participar da mostra, afinal gasta-se mais com passagens aéreas, estadia e participação nos eventos. Esse custo, contudo, é compensado com a celebração de negócios após o evento.
Oportunidade e concorrência
As empresas apostam na Big 5 como uma “vitrine” para mostrar seus produtos e como forma de encontrar clientes e contatos no Golfo. É o caso da Tramontina, empresa que tem um centro de distribuição em Dubai para atender o Golfo. “Big 5 é a principal feira do setor de construção e infraestrutura da região e a Tramontina tem se mostrado presente já há alguns anos, apresentando aos visitantes as suas novidades e lançamentos. O motivo principal, portanto, é usar a vitrine da feira para mostrar a marca e identificar novos distribuidores”, diz o gerente geral da Tramontina em Dubai, Paulo Feyh.
Ainda segundo Feyh, existe uma concorrência bem estabelecida no mercado dos Emirados. Chineses e turcos apostam no preço para conquistar clientes. Os europeus, disse, são fortes nos segmentos de médio e alto valor agregado. “Nossa briga é com as marcas europeias”. Ele destaca ainda que os Emirados Árabes têm megaprojetos de construção e que a feira Big 5 é uma forma importante de aproveitar as oportunidades que se apresentam no setor.
A Deca, neste ano, irá participar do evento sem a parceria de um tradicional cliente nos Emirados. O gerente de exportação da empresa, Marcelo Gerhardt, afirmou à ANBA que a companhia vai apresentar seu portfólio de metais sanitários, louças e chuveiros elétricos. “Queremos mostrar ao público, que é variado, os nossos produtos e também captar oportunidades de negócios”, disse Gerhardt.
O gerente de vendas da Rohden, Flávio Rohden, afirmou que a empresa já exportou para os países árabes, mas teve apenas vendas isoladas nos últimos anos. O câmbio favorável é um dos motivos que ele cita para voltar a direcionar os esforços da companhia no Golfo.
“Já participamos da feira antes e já exportamos para alguns países árabes e temos agora a oportunidade de voltar. O câmbio ideal seria algo entre R$ 5,50 e R$ 5,70 (por dólar), mas R$ 3,50 (próximo dos patamares atuais) é melhor do que R$ 2,20 (valor praticado nos últimos anos) para exportar”, disse. Segundo Rohden, o foco da empresa é vender portas, especialmente para a construção de imóveis residenciais. “Vamos desenvolver o mercado árabe. Fiz contatos com pessoas que irão para a feira e também vou me encontrar com clientes antes do evento”, disse.
Serviço
Feira Big 5
23 a 26 de novembro
11h às 19h
Dubai World Trade Center
Informações: https://www.thebig5.ae/


