Geovana Pagel
São Paulo – A realização da Feira Internacional de Argel, entre os dias 2 e 10 de junho, na capital argelina, representa uma oportunidade para o Brasil consolidar e aumentar a sua participação nas importações da Argélia.
A previsão é de que o país do Norte da África compre este ano o equivalente a US$ 21,1 bilhões de fornecedores internacionais, contra US$ 16,5 bilhões registrados em 2003.
O evento vai ocupar uma área de mais de 1 milhão de metros quadrados e são esperados expositores de aproximadamente 30 países.
Como trata-se de uma feira multissetorial, são bem-vindas empresas de produtos e serviços ligadas a áreas como equipamentos de transporte, autopeças, máquinas agrícolas, construção civil e material de construção, equipamento médico-hospitalar e odontológico, alimentos, máquinas e ferramentas, automação comercial e financeira, calçados, madeiras e móveis de madeira, carne bovina, entre outras.
O estande brasileiro, que terá aproximadamente 100 metros quadrados, vai ser organizado pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) e pelo Ministério das Relações Exteriores. Até 10 empresas brasileiras dos mais diferentes setores poderão participar. A inscrição é gratuita e deve ser feita até o próximo dia 14 de maio (ver contato abaixo).
Oportunidades
"É uma feira de que a Câmara participa há pelo menos cinco anos. Representa boas oportunidades, por isso temos que dar continuidade", disse o secretário-geral da CCAB, Michel Alaby.
De acordo com ele, recentemente a Argélia promoveu a abertura de concorrência em setores como construção civil e telecomunicações. "A Argélia apresenta uma grande demanda por produtos e serviços. Inclusive eu acompanhei uma construtora brasileira que demonstrou interesse em participar da concorrência por lá", afirmou.
Na edição de 2003, que teve a participação de 22 países, o estande brasileiro contou com 12 empresas que enviaram seus catálogos e amostras, ou estavam presentes. "A Argélia foi escolhida porque apresenta o maior déficit comercial com o Brasil entre os países árabes, de quase US$ 1 bilhão", destacou Alaby.
Balança
No ano passado, o comércio (importações e exportações) entre a Argélia e o Brasil somou US$ 1,267 bilhão. No total, o Brasil exportou US$ 153,7 milhões e importou US$ 1,1 bilhão.
Hoje os principais produtos brasileiros exportados para a Argélia são trigo, açúcar, fios de alumínio, carne bovina, tratores rodoviários e leite em pó integral.
Vale lembrar que no primeiro trimestre deste ano ocorreram aumentos expressivos nas exportações para os argelinos. De janeiro a março de 2004 as vendas do Brasil somaram US$ 63 milhões, contra US$ 25,2 milhões registrados nos três primeiros meses de 2003.
O principal item da pauta passou a ser o trigo, produto que o país começou a exportar apenas no final do ano passado. O cereal representou US$ 25,5 milhões nas vendas para os argelinos no primeiro trimestre de 2004.
Mesmo assim, as importações de produtos argelinos pelo Brasil continuam superiores. Nos primeiros três meses de 2004 chegaram a US$ 464,4 milhões. Os principais produtos importados pelo Brasil são petróleo, nafta, fosfatos de cálcio e mercúrio.
Perfil
A Argélia é o segundo maior país da África, possui a quinta maior reserva de gás natural do mundo e tem acesso ao Mediterrâneo. Mais de 80% de seu território é ocupado pelo deserto do Saara. Os principais recursos naturais são: gás natural, petróleo, zinco, fosfato, ferro e urano.
O país é dividido em 48 wilayas (províncias). É membro da União do Magreb Árabe (UMA), da União Africana, da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e da Liga dos Países Árabes. Permanece como observador da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Nome oficial: República Popular Democrática da Argélia
Capital: Argel
Chefe de Estado: presidente Abdelaziz Bouteflika
Chefe de Governo: Ahmed Bekat
Moeda: dinar argelino
População: 32.8 milhões
Área: 2.381.741 km²
Idioma: árabe e francês
PIB: US$ 60,3 bilhões
Renda per capita: US$ 1.838
Principais Indústrias: alimentícia, petroquímica e de máquinas industriais
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