Débora Rubin
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São Paulo – Mais de 700 expositores já estão preparados para mostrar suas novidades na 35º edição da Feira das Américas ABAV 2007, que acontece no Rio de Janeiro, entre amanhã (24) e sábado (27). São operadoras de turismo, companhias aéreas, marítimas e representantes de governos dispostos a mostrar a milhares de agentes de viagem e para o público em geral o que há de novo no mundo do turismo. Ou o que nunca sai da moda.
Segundo Carlos Alberto Amorim Ferreira, vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem do Rio (ABAV-RJ), o evento, desde sua criação e principalmente de uns cinco anos para cá, tem como principal objetivo vender o Brasil para turistas brasileiros e estrangeiros. O que não impede, no entanto, que operadoras mostrem seus pacotes internacionais e que outros países também se divulguem. "Mesmo porque, uns 70% das agências brasileiras se dedicam a vender pacotes internacionais para os brasileiros", diz.
Entre os 32 expositores estrangeiros, há dois árabes: a Emirates, companhia aérea dos Emirados Árabes, e o ministério de turismo da Palestina. No entanto, países como Egito e Marrocos estão bem representados em pacotes de operadoras brasileiras. A Emirates participa por conta do vôo Dubai-São Paulo inaugurado no dia 01 de outubro.
Já o ministério palestino participa pela sétima vez por meio de seu representante no Brasil, Ali El Kathib. Desde que começou a participar do evento, Kathib diz que cresceu consideravelmente o número de turistas brasileiros na Palestina, sobretudo grupos católicos que partem em busca da Terra Santa. "O Brasil é o maior país católico do mundo. E nós temos os melhores guias para mostrar a região", diz El Kathib, que desde o começo dos anos 80 trabalha para que o fluxo entre os turistas dos dois países aumente. Ele avisa que a ministra do turismo da Palestina, Khouloud Daibes, também virá para a feira. Ela também é ministra das Mulheres.
Para Ferreira, da ABAV-RJ, Dubai é uma das grandes novidades apresentadas na feira. Ele acredita que a curiosidade sobre novos destinos é fundamental para movimentar o turismo. "Quando a pessoa ouve falar sobre um lugar como Dubai, ela vai até a agência saber mais. Se informa. Pode ser que a viagem seja muito cara ou muito longa para ela. Mas só o fato de existir a possibilidade, faz com que ela sonhe em viajar. No final, ela pode acabar adquirindo outro pacote. O importante é a gente estimular as pessoas a ter essa vontade de viajar", conclui.
Ferreira conta que o turismo interno foi o principal prejudicado pelo apagão aéreo, que começou no segundo semestre de 2006, após o acidente com o avião da Gol no Mato Grosso. A região nordeste foi a principal prejudicada – afinal, é um dos principais destinos brasileiros. "A rede hoteleira de lá ainda está sentindo esse efeito", diz. Para a ABAV, em 2008 esse quadro deve mudar e o setor voltará a reaquecer.
"Por hora, o brasileiro tem preferido viajar de carro, para cidades próximas a sua". Ou para o exterior. Ferreira conta que após uma queda pela procura depois dos atentados em 2001, os Estados Unidos voltaram a ser o destino predileto dos brasileiros. Assim como os países da América do Sul, Argentina e Chile. Os cruzeiros também devem continuar a todo vapor pelos mares brasileiros em 2008. Na temporada de 2007 a 2008, estima-se que serão oferecidos 430 mil leitos em 15 navios no país.
O evento é fechado para profissionais nos três primeiros dias. No último dia (27), o pavilhão três do Riocentro, onde será realizado, será aberto ao público em geral. A expectativa de público é parecida com a da última edição, mais de 22 mil pessoas. A ABAV representa mais de três mil agências de viagem no Brasil.
Os números do turismo
O Brasil ainda deixa a desejar em termos de turismo. Embora o potencial seja grande, os números são fracos. Segundo o Barômetro Mundial, publicado pela Organização Mundial de Turismo (OMT), o número de turistas estrangeiros que visitaram o Brasil em 2006, pouco mais de cinco milhões, colocam o país como o 37º destino no ranking mundial dos países que mais receberam turistas em 2006. No acumulado dos primeiros sete meses de 2007, os gastos feitos por visitantes estrangeiros no Brasil chegaram a US$ 2,834 bilhões, segundo dados do Banco Central.
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