Débora Rubin
debora.rubin@anba.com.br
São Paulo – As jóias folheadas brasileiras vão muito além dos brincos, colares, gargantilhas e anéis produzidos no país. Hoje, o brilho dos metais preciosos também está nas roupas, nos calçados e até em artigos de pet shop. Toda a variedade dessa cadeia produtiva e até as tendências citadas acima poderão ser vistas na sexta edição da Aljoias, feira do setor que começa no dia 28 e vai até dia 31, em Limeira, interior de São Paulo. Segundo a organização do evento, 120 empresas, todas brasileiras, apresentarão suas novidades e trocarão figurinhas com mais de oito mil compradores esperados, vindos de 25 países diferentes. A expectativa é que a feira gere R$ 30 milhões em negócios.
O evento acontece na cidade que é o principal pólo produtivo do país. Segundo Ângelo Percebon, presidente da Associação Limeirense de Jóias (ALJ), existem hoje na região cerca de 450 empresas produzindo jóias folheadas. "Isso sem contar as que estão na informalidade", diz. Além de Limeira, Percebon lembra que Guaporé, no Rio Grande do Sul, e Juazeiro do Norte, no Ceará, são os dois outros pólos brasileiros do setor. Limeira, no entanto, é o mais expressivo. Não só em quantidade de empresas, mas em vendas: 60% das jóias folheadas que são exportadas saem dali.
Percebon diz que, embora seja um segmento recente no Brasil – "não fez nem bodas de prata ainda", brinca – já se consolidou no mercado interno e também no externo, mesmo com câmbio desfavorável. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), esse segmento específico faturou US$ 49 mil em exportações em 2002. Em 2006, esse valor subiu para US$ 87,7 mil. "Claro que é difícil competir com a China, por exemplo, mas hoje já vendemos nos cinco continentes", diz Percebon. "E os produtos chineses, é aquela história, vencem pelo preço, mas pecam pela qualidade."
Durante a feira, haverá uma rodada de negócios para os compradores internacionais. Além dos produtos acabados, os expositores apresentarão peças brutas, materiais para a produção, insumos, componentes, máquinas e equipamentos específicos para o setor. Compradores e profissionais da França, Romênia, México e Estados Unidos já confirmaram presença. Segundo Percebon, não há compradores árabes até agora. "No geral, os árabes preferem as jóias de verdade", diz ele. "No entanto, podem surgir interessados vindos de lá". Ele mesmo mandou recentemente algumas amostras de sua empresa, a Percebon Jóias, para um representante na Jordânia.
Novas tendências
O segmento de jóias folheadas anda de mãos dadas com o que está na moda na indústria têxtil. E o contrário também acontece. Percebon conta que é cada vez mais freqüente a procura de empresas têxteis por jóias que se encaixem em seus modelitos. "Eu estou em negociação com uma fábrica de sapatos, que quer usar pedrarias, e com uma de lingerie, que quer fazer uma alça de sutiã combinando com os brincos", conta o empresário. O segmento de pet shop também demanda peças folheadas para oferecer aos donos dos bichinhos coleiras estilizadas, verdadeiras gargantilhas caninas.
"Hoje estamos atentos a tudo, sobretudo ao que as indústrias calçadista e têxtil andam fazendo", sintetiza Percebon.
Serviço
ALJOIAS
De 28 a 31 de agosto
Centro Municipal de Eventos de Limeira, SP
Tel: +55 (19) 3446-3700
www.aljoias.com.br