Campinas – Com música, dança e comida tipicamente árabe o município de Campinas, no interior de São Paulo, encerrou a 28ª Semana da Cultura Árabe, neste domingo (29). A comemoração aconteceu no Centro de Convivência Cultural Carlos Gomes e celebrou também o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, que é festejado mundialmente no dia 29 de novembro, e o Aniversário da Independência do Líbano. A cidade de Campinas, que abriga 80 mil descendentes de árabes, promove anualmente, desde 1981, a Semana Árabe.
“A comunidade (árabe) é bem grande aqui e tem contribuído muito para cidade de Campinas”, declarou o vice-prefeito Demétrio Vilagra. De acordo com ele, é característica da cidade a abertura para todas as comunidades e culturas. “Nós temos uma relação muito estreita com estes povos e estamos sempre abertos a receber todos os povos que tragam cultura que agregue à nossa”, disse. Na Semana da Cultura Árabe teve também uma mostra cultural.
O evento de domingo foi organizado pelo Instituto Jerusalém do Brasil e teve apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. “Foi um enorme prazer ter estado aqui em Campinas para celebrar o Dia da Cultura Árabe e do evento de Jerusalém como capital da cultura n o mundo. É um prazer muito grande para a Câmara ter participado neste evento”, afirmou o presidente da Câmara Árabe, Salim Taufic Schahin, que esteve no evento.
O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, presente na comemoração, ressaltou a importância da cultura como fator de aproximação entre os povos. “A cultura é o meio mais civilizado para nos entrelaçarmos como seres humanos. É uma língua internacional que deve prevalecer no contato entre os povos. Pode substituir qualquer linguagem”, disse Alzeben.
A ocasião também celebrou o projeto da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e da Liga Árabe, que instituiu Jerusalém como capital da cultura árabe. O projeto de capitais culturais foi lançado em uma conferência das Nações Unidas, em 1982, com o objetivo de estabelecer um diálogo cultural entre os povos do mundo. A primeira cidade nomeada como capital da cultura árabe foi o Cairo, no Egito, em 1996. Agora, em 2009, Jerusalém foi a cidade selecionada.
O evento contou com apresentação da Orquestra Brasileira de Percussão Árabe, formada por jovens carentes de Campinas. O grupo é composto por jovens de 10 a 14 anos, da rede pública de ensino. Sob orientação do músico Willian Bordokan, eles aprendem a tocar cinco instrumentos de percussão árabe: derbake, daf, ketem, tabel e snukes. Eles arrancaram aplausos do público presente. O projeto da banda, levado adiante pelo Instituto Jerusalém, tem apoio do Ministério da Cultura e Prefeitura de Campinas.
Também foram feitas apresentações de danças folclóricas e do ventre e houve show do grupo de Sami Bordokan, com música árabe. O público pôde ver ainda objetos e roupas árabes em exposição.