São Paulo – A fintech Ebury, especializada em pagamentos e cobranças internacionais e gestão de câmbio para empresas, começou a operar com equipe no Brasil há cinco meses. A empresa se posiciona como alternativa aos bancos nesse tipo de operações. “A Ebury é regulada de diferentes formas em diferentes países. No Brasil, somos correspondentes cambiais”, explicou Renato Sá, do setor de Partnerships da marca no Brasil.
A fintech europeia foi criada por dois espanhóis que viviam no Reino Unido. “Da necessidade deles [de fazer pagamentos internacionais], eles perceberam que existia uma oportunidade de dar um atendimento de qualidade e especialidade para pequenas e médias empresas”, explicou Claudia Bortoletto, country manager do Brasil.
A partir daí, a Ebury migrou também para Ásia e Oriente Médio, inclusive para Dubai, nos Emirados. “Foi de fácil expansão em países que possuíam lei comum com a lei inglesa. E no final de 2019 se concretizou o investimento do grupo Santander na Ebury. E com isso também iniciou o projeto de América Latina, começando com o Brasil”, disse a gerente.
A plataforma permite que o exportador controle suas operações diretamente, mas Bortoletto lembra que é sempre possível receber atendimento da equipe brasileira. “Estamos começando a oferta de abrir contas no exterior para exportadores brasileiros. Temos uma plataforma super tecnológica, onde o cliente contrata as operações e que já funciona em todos os países e está sendo adaptada para o Brasil. Justamente pelas nuances do mercado brasileiro, aqui não é só um pagamento [ao exterior], é uma operação de câmbio, então precisa-se ter documentação, e é por essas mudanças que a plataforma está passando. Mas para um exportador eu já consigo oferecer essa conta fora”, pontuou ela.
Além de moedas como dólares, euros e libras, com a conta internacional a empresa oferece a realização de pagamentos nas moedas de 16 países árabes. São eles o Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Djibuti, Egito, Jordânia, Ilhas Comores, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Catar, Arábia Saudita, Tunísia e Iêmen. Já o recebimento de cobranças, a empresa também pode realizar nas moedas do Bahrein, Emirados, Jordânia, Kuwait, Omã, Catar e Arábia Saudita.
A conta é uma ferramenta útil para e-commerces, que poderão facilitar o pagamento do consumidor na moeda de seu próprio país. Bortoletto lembra, também, que a facilidade vale para o exportador que tem diversos distribuidores e obrigações locais num mesmo país, e poderá fazer transações diretamente na moeda local.
Os serviços da empresa permitem que o usuário receba de clientes no exterior, e seja orientado em estratégias personalizadas de gestão de risco de taxas de câmbio, e movimento de fundos entre empresas subsidiárias. A Ebury faz operações de câmbio pronto “spot”, produtos de hedge (proteção à variação cambial), crédito para comércio exterior (“trade finance”), contas multimoedas, pagamentos internacionais em massa e APIs para prover soluções cambiais conectadas às soluções tecnológicas dos seus clientes.
Para os exportadores, os produtos de proteção à variação cambial, ou hedge, vão de non-deliverable foward (NDF ), câmbio futuro a window forward. “Alguns produtos oferecem maior flexibilidade com relação ao prazo e volume a ser utilizado, como no caso do NDF e window forward, enquanto outros, como o câmbio futuro, são mais adequados quando se tem previsibilidade do montante e prazo dos compromissos financeiros em moeda estrangeira”, disse Renato Sá.