São Paulo – O maior pólo produtor de flores do Brasil fica no interior de São Paulo, na cidade de Holambra, a 130 quilômetros da capital. Mas, pouco a pouco, outra região começa a ganhar espaço quando o assunto envolve flores e plantas ornamentais: o Vale do Ribeira, no sul do estado. Lá, cerca de 40 empreendedores dos municípios de Iguape e Pariquera-açu formam um grupo disposto a produzir mais e melhor daqui para a frente, com planos futuros de exportação. Com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o grupo acabou de lançar um catálogo com a apresentação de 45 espécies cultivadas. O objetivo é divulgar a produção entre potenciais clientes a partir do material.
“No momento, nossa maior preocupação é melhorar a qualidade técnica do nosso trabalho e assim produzir melhor”, explica Clayton Negri, produtor associado à Sociedade Amigos e Produtores do Itimirim (Sampi), de Iguape. Segundo ele, o aprendizado de técnicas de poda, ponto e até melhor horário para a colheita (pela manhã é melhor) vem sendo obtido a partir de um programa de treinamento com o escritório do Sebrae no Vale do Ribeira.
Defensor do uso das plantas que produz, principalmente para decoração, Negri diz que, no futuro, os árabes podem ser bons clientes de variedades como helicônias e lírios da paz, por exemplo. “As plantas são valorizadas principalmente em países onde a vegetação não é tão abundante, como no caso do Oriente Médio”, afirma.
O presidente da Associação de Produtores de Plantas Ornamentais do Bairro Conchal de Pariquera-açu (APPOC), Valdecir Gomes, é outro que acredita que os árabes podem vir a ser compradores das espécies cultivadas no Vale do Ribeira. “Certamente podemos fechar negócios interessantes com importadores desses países”, explica. Segundo Gomes, as flores e plantas de Pariquera-açu já chegam hoje ao exterior, mas a partir da ação de intermediários que compram dos produtores locais para exportar. “Precisamos aumentar a nossa produção e ganhar espaço primeiro no mercado interno, diminuindo a ação desses intermediários”, diz.
Segundo Gomes, o cultivo de plantas ornamentais no município começou há mais de 20 anos, com antúlios. A associação foi criada em 2006. “Queremos crescer e ajudar a divulgar o hábito de usar flores para decoração”, afirma. “Na Holanda, por exemplo, é possível comprar flores ornamentais até nos postos de gasolina”, diz.
De acordo com o gerente do escritório regional do Sebrae no Vale do Ribeira, Roberto Nunes Pupo, o catálogo com as plantas produzidas na região vai ajudar os produtores a estimular o consumo para fins decorativos, estimulando as vendas. “O material traz informações para floristas e leigos e ainda será divulgado em eventos da área”, explica Pupo, apostando no sucesso das dracenas vermelhas, quaresmeiras, bromélias e rosinhas de sol da região.