Geovana Pagel
São Paulo – O setor de floricultura brasileiro, que gera 120 mil empregos, com uma movimentação, no mercado interno, de US$ 800 milhões e vendas de US$ 19,4 milhões para o mercado externo, aposta na instalação de uma Câmara Setorial para incentivar o aumento das exportações em 2004.
A instalação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), tem como objetivo propor, apoiar e acompanhar as ações para o desenvolvimento das atividades e das exportações do segmento.
Sérgio Pupo Nogueira Júnior, presidente do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), explica que a Câmara funcionará como um fórum para estudar os gargalos que impedem o incremento das vendas internacionais.
Segundo ele, o novo órgão realizará um diagnóstico sobre os vários aspectos que envolvem a cadeia produtiva, fará a atualização de dados estatísticos de produção por região e levantará as principais barreiras para o aumento das exportações.
De acordo com o presidente, além das barreiras sanitárias impostas por alguns países, a grande dificuldade encontrada para aumentar a participação no mercado externo é a burocracia. “Temos diversos documentos para apresentar quando efetuamos um negócio com o exterior, o que muitas vezes inviabiliza as exportações", comenta.
"Pretendemos eliminar esses trâmites e, em dois anos, totalizarmos US$ 60 milhões em vendas para o mercado externo", afirma.
Com a Câmara Setorial, o segmento poderá ser mais participativo, discutindo os principais entraves e encaminhando soluções concretas para o fortalecimento dos produtos brasileiros no exterior.
Reunião
Na próxima terça-feira (10), os membros da Câmara Setorial participam de uma reunião no MAPA, em Brasília, para tratar de tudo o que o setor já vem realizando e definir as medidas práticas que a serem adotadas, neste ano.
“Acredito que entre as primeiras propostas estejam a discussão da lei de cultivares (lei que dá cobertura ao direito das espécies criadas em laboratório), o registro de produtos para uso na floricultura (para regulamentação do uso) e a diminuição da burocracia nos aeroportos”, afirma.
Na opinião do presidente do Ibraflor, uma solução para centralizar e facilitar o processo para as vendas externas seria criar um programa Poupa Tempo do Exportador.
FloraBrasilis
Para aumentar a participação dos produtos brasileiros no mercado internacional, o Ibraflor desenvolveu, em 2000, o Programa Brasileiro de Exportação de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis), em parceria com a Agência de Promoção de Exportação do Brasil (Apex-Brasil).
O presidente do Ibraflor afirma que o projeto continuará contando com o apoio da entidade governamental também em 2004. “O FloraBrasilis passou por uma reestruturação em 2001, visando a uma maior autonomia das regiões produtoras", explica o executivo.
"Este ano, trabalharemos pesado na promoção dos nossos produtos no exterior. Participaremos de quatro importantes eventos internacionais, na Alemanha, França, Itália e Estados Unidos", ressalta.
Os grandes compradores das flores brasileiras são Holanda e Itália, responsáveis por 50% das exportações. “Porém, nos últimos meses, o mercado norte-americano tem obtido grande destaque como potencial importador”, destaca.
Crescimento de 30,2%
O setor conta, atualmente, com 4 mil produtores concentrados, principalmente, em São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Pernambuco, Bahia e Ceará. De acordo com dados do Ibraflor, em 2003 o setor teve um crescimento de 30,2% sobre os valores exportados de flores e plantas ornamentais em 2002.
No agregado anual, o resultado global de exportações foi de US$ 19,4 milhões, consolidado a partir do excelente desempenho das vendas externas em dezembro de 2003. Só em dezembro foram exportados US$ 1,96 milhão, um volume 39,05% maior que o verificado no mês de dezembro do ano anterior.
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