São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta terça-feira (11) que vai adiar o empréstimo acertado com o Egito em novembro. De acordo com nota divulgada pela instituição, o crédito de US$ 4,8 bilhões foi suspenso a pedido das autoridades egípcias por causa das manifestações que atingem o país árabe em oposição a medidas anunciadas pelo presidente Mohamed Morsi.
“À luz dos fatos que se desenrolam, as autoridades egípcias solicitaram o adiamento do seu pedido de empréstimo ao FMI. O Fundo permanece em contato próximo com as autoridades e está pronto para continuar a ajudar o Egito durante a transição política em curso e para negociar com as autoridades a retomada do acordo”, afirmou a nota do FMI.
A concessão do empréstimo foi acertada em novembro após meses de negociação. Começou com uma oferta do próprio FMI ao Egito quando o país era administrado por um governo provisório, antes da eleição de Morsi, em junho, e continuou após o presidente tomar posse. Morsi chegou a se encontrar com a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, em uma visita que ela fez ao país em agosto.
O acordo anunciado em 20 de novembro estabeleceu que os US$ 4,8 bilhões iriam ajudar o Egito a reduzir seu déficit orçamentário, recompor suas reservas internacionais e reduzir sua dívida. Enquanto isso, o governo egípcio se comprometeu a promover reformas estruturais na sua economia para o país crescer.
Durante os 22 meses em que o acordo valeria, o Egito poderia sacar o dinheiro enquanto promovia as reformas na sua economia. O governo iria aumentar gradualmente o imposto de renda e o imposto sobre as vendas. Isso ajudaria o país a reduzir o déficit orçamentário e a dívida pública para, então, gerar renda e promover outras melhorias na economia local.
Entre estas melhorias estavam previstas atrair capital, estimular o comércio, aumentar a competitividade dos produtos egípcios, aumentar as reservas internacionais e combater a inflação. Essas medidas manteriam a economia sólida para suportar crises internacionais.
As atuais manifestações nas ruas egípcias foram provocadas por um decreto que aumenta os poderes do presidente assinado por Morsi em 22 de novembro. Desde então, opositores e partidários do presidente foram às ruas para se manifestar. Na segunda-feira (10), Morsi deu poderes de polícia ao Exército para garantir a ordem no país. Está marcado para o próximo sábado (15) um referendo para aprovar uma nova constituição.

