São Paulo – Desafios climáticos, tensões geopolíticas e atrasos na construção de parte da infraestrutura podem afetar o desempenho da economia da Mauritânia neste ano, que deverá crescer 4,8%, uma queda em relação aos 6,4% de avanço alcançados em 2022, afirmou nesta sexta-feira (27) um comunicado divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), após reuniões com as autoridades do país do Norte da África.
De acordo com o FMI, as estimativas econômicas “permanecem incertas”, em razão de uma escalada em tensões geopolíticas e desastres climáticos mais frequentes. Episódios como enchentes podem afetar a infraestrutura, área plantada e produção da agricultura (na imagem acima) e, portanto, levar o país a um quadro “relativamente elevado” de insegurança alimentar. O comunicado do FMI também cita que atrasos na implantação de um projeto de gás e flutuações no mercado de commodities podem reduzir a receita do país e elevar a necessidade de financiamento externo.
A avaliação da economia da Mauritânia realizada pelo fundo está prevista nos acordos que o FMI tem com o país: Extended Fund Facility e Extended Credit Facility, por meio dos quais foram liberados US$ 21 milhões para a Mauritânia. Esse valor se refere a um financiamento total equivalente a US$ 86,9 milhões acordado em janeiro deste ano. Mesmo com os desafios que se apresentam ao país, afirma o fundo, a implantação das medidas previstas pelo acordo que está em curso é “satisfatória”, além de o país ter alcançado os critérios de desempenho previstos.
Ainda conforme informações do FMI, a instituição e o país do Norte da África chegaram a um acordo pelo qual o fundo deverá conceder um financiamento equivalente a US$ 253 milhões para apoiar os esforços da Mauritânia em ampliar sua capacidade de gestão de desastres climáticos e acelerar a transição para fontes de energia limpa. A aprovação deste repasse ainda está sujeita ao Conselho Executivo do FMI, o que deverá ocorrer até dezembro.