São Paulo – Uma comissão do Fundo Monetário Internacional (FMI) negociou a concessão de um empréstimo de US$ 4,8 bilhões ao Egito para apoiar programas governamentais com o objetivo de recuperar a economia do país nos próximos dois anos. A liberação da ajuda financeira será submetida ao comitê executivo do órgão nas próximas semanas. A informação foi divulgada na terça-feira (20) em nota divulgada pelo FMI.
O acordo foi negociado com o governo do Egito em missão liderada por Andreas Bauer, chefe de divisão do Departamento do Oriente Médio e Ásia Central do fundo. "As autoridades egípcias desenvolveram um programa nacional que busca a recuperação econômica, resolver os déficits fiscal e da balança de pagamentos e desenvolver as bases para uma rápida criação de empregos e um crescimento social balanceado no médio prazo", destacou Bauer, em nota.
O chefe da missão do FMI declarou ainda que o Egito será apoiado por outros órgãos internacionais. "O programa governamental será apoiado por um pacote de financiamento de US$ 14,5 bilhões em empréstimos e depósitos em condições vantajosas feitos por uma série de parceiros bilaterais e multilaterais, incluindo o FMI. A disponibilidade de financiamento externo irá permitir um ajuste gradual da economia e reduzir substancialmente o custo de empréstimos do Egito, considerando as altas taxas de juros dos empréstimos internos".
No comunicado do FMI, Bauer anunciou algumas das medidas que serão tomadas pelo governo do Egito, entre elas a redução de gastos, incluindo uma revisão nos subsídios de energia e seu direcionamento a grupos vulneráveis. "Ao mesmo tempo, as autoridades pretendem aumentar as receitas por meio de reformas fiscais, como o aumento da progressividade da taxação de renda e a expansão do imposto sobre vendas para que se torne um imposto de valor agregado", afirmou.
"Os recursos gerados serão usados para aumentar os gastos sociais e o investimento em infraestrutura e para, gradualmente, reduzir o grande déficit orçamentário de quase 11% em 2011/2012 para 8,5% do PIB em 2013/2014, enquanto o déficit primário irá recuar de 4% em 2011/2012 para 0,6% em 2013/2014 e é projetado para estar positivo no próximo ano fiscal”, explicou.

