São Paulo – As estimativas de crescimento para os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) são positivas, de acordo com um relatório sobre perspectivas econômicas para a região divulgado nesta quarta-feira (20) pelo Fundo Monetário Internacional.
De acordo com o documento, o bloco formado por Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã, deverá crescer 3,7% este ano e mais de 4% no próximo. É menos que os avanços observados em 2012 (5,2%) e em 2011 (7,7%), mas ainda assim são números “robustos” dentro de um cenário global de turbulência econômica e um quadro regional de instabilidade política e social.
A maior incerteza no futuro do bloco, segundo o estudo, é o preço do petróleo que, embora não esteja baixo, já esteve mais alto, e não há expectativa de grandes aumentos, pois o mercado mundial está abastecido e os Estados Unidos acenam com a possiblidade aumento da produção própria e até de autossuficiência, o que pode representar queda na demanda por óleo do Golfo. A commodity é a principal fonte de receitas dos países da região.
Por outro lado, o relatório do Fundo aponta que a confiança dos empresários da região está em alta e que grandes projetos de infraestrutura estão em andamento nas nações do bloco. Estes dois fatores garantem sustentabilidade ao crescimento, principalmente das áreas não ligadas à indústria petrolífera.
Nessa seara, porém, o principal desafio é a criação de empregos no setor privado para os jovens nativos, tema de outro estudo lançado também nesta quarta-feira pelo FMI. Mais de 80% dos trabalhadores das empresas privadas no Golfo são estrangeiros, enquanto que os nativos preferem empregos na esfera pública.
O FMI alerta que o número de jovens que deverá chegar ao mercado de trabalho até 2018 varia de 1,2 milhão a 1,6 milhão, ao passo que o setor privado deve gerar cerca de 600 mil vagas e o serviço público não terá condições de criar as restantes. A perspectiva, então, é de aumente do número de desempregados.
Para evitar este problema, o FMI aconselha os países da região a dotar uma série de medidas, entre elas reduzir a atratividade dos empregos públicos, para incentiva a busca por trabalho em organizações privadas; melhorar a qualidade da educação e da capacitação profissional, para dar maior competitividade aos trabalhadores locais; e liberalizar a mobilidade doméstica da mão de obra expatriada, tornando o mercado de trabalho mais dinâmico.


